CIA advertiu sobre o perigo da milícia Fedayin

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Por Agencia Estado
Atualização:

O perigo representado pelas forças paramilitares iraquianas, que poderiam preparar "ataques contra civis" e diversos tipos de emboscada, foi destacado por um informe da CIA compilado em fevereiro, informou o jornal The New York Times. Em conseqüência disso, a belicosidade mostrada pela milícia Fedayin de Saddam Hussein não deveria ter surpreendido a cúpula do Pentágono. O serviço secreto militar, conhecido pelas iniciais DIA, também advertiu anteriormente sobre as dificuldades representadas pelos paramilitares de Bagdá. Um informe anterior do DIA e informações fornecidas pelo Centro Nacional de Inteligência - uma importante agência militar de espionagem - acentuaram a necessidade de se enfrentar o uso de táticas de guerrilha. Em novembro, um informe redigido segundo dados fornecidos por todas as estruturas de contra-espionagem apontava para os perigos da milícia Fedayin e da organização especial para segurança, outro grupo paramilitar que dias atrás causou problemas aos Estados Unidos e seus aliados. Todos os documentos foram inúteis, lamentou um funcionário desses serviços citado pelo The New York Times sob condição de anonimato, pois os estrategistas do Pentágono estavam mais preocupados com a Guarda Republicana de Saddam e com a possibilidade de exposição dos soldados a eventuais ataques com armas de extermínio. A resistência paramilitar não chegou a ser apresentada aos militares norte-americanos como questão dominante, destacou o jornal, pois é provável que eles tenham se deixado convencer por dissidentes iraquianos no exílio. Segundo eles, a invasão norte-americana não encontraria resistência porque Saddam Hussein "é um ditador odiado por seu próprio povo" e as tropas dos EUA seriam recebidas como "libertadoras". A inesperada resistência iraquiana obrigou Washington e enviar reforços para o Golfo Pérsico e colocou em dúvida o "Manual Iraque", um outro documento compilado pela CIA que subestimou o poder de fogo do Exército iraquiano. De acordo com analistas militares ocidentais, o manual foi elaborado pelos diversos serviços secretos dos Estados Unidos. O documento deveria ter circulação restrita entre as forças norte-americanas, mas é bastante citado pela imprensa desde janeiro. O objetivo do manual seria "familiarizar as tropas com os costumes locais e com a geografia do país, contribuindo para a missão no Iraque". De acordo com o manual, o soldado iraquiano "é mal treinado, cheio de doenças, maltrapilho, inseguro e ficará assustadíssimo quando escutar, sem aviso, o ruído dos bombardeiros B-52". A pergunta que ninguém poderia responder, segundo o documento, era: "O soldado iraquiano combaterá ou não?" Veja o especial :

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