CIA e FBI apontam para risco de novo atentado contra EUA

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Por Agencia Estado
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A organização terrorista Al-Qaeda, obrigada a se esconder por vários meses, se reorganizou e é provável que já tenha em fase de execução um novo ataque contra os Estados Unidos, advertiram a CIA e o FBI. Ambos organismos renunciaram ao eufemismo na hora de indicar um nível de perigo: o terrorismo poderia provocar um novo "marco zero" (como é chamado hoje o local onde existiam as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York). As audiências no Congresso para as investigações sobre os erros da inteligência em 2001 deram aos diretores da CIA, George Tenet, e do FBI, Robert Mueller, a oportunidade de lançar um alarme público incomum para a cúpula da inteligência. Os contínuos atentados no Sudeste Asiático, os ataques atiamericanos no Kuwait, o atentado contra um petroleiro no Iêmen, as mensagens ameaçadoras da Al-Qaeda, tudo contribui para que os Estados Unidos pensem que estão novamente em perigo. "Para mim é muito difícil dizer ao país que fique tranqüilo e garantir que temos tudo sob controle, depois de ter visto o que foram capazes de fazer em 11 de setembro", confessou Mueller. Ainda mais frágil e preocupado mostrou-se o diretor da CIA: "A situação é séria, se reorganizaram (os membros da Al-Qaeda), estão contra nós, querem realizar ataques". No verão (boreal) de 2001, antes, porém, dos atentados de setembro, a agência dirigida por Tenet reuniu vários sinais de que algo importante estava por acontecer, mas não conseguiu identificar os objetivos. Desta vez, a CIA busca se antecipar aos fatos, mas o atentado em Bali a frustrou novamente: a inteligência americana sabia que o Sudeste Asiático seria o novo cenário de terror, mas não conseguiu que o governo indonésio atuasse. Agora, Tenet faz públicas as preocupações de seus agentes: "É importante que o público americano saiba que, apesar dos enormes êxitos que tivemos no ano passado, a Al-Qaeda continua planejando ataques e tentará novos golpes mortais contra nós. Haverá muitas outras batalhas ganhas, e muitas outras perdidas. Devemos ser honestos neste ponto".

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