CIA e FBI divergem quanto a técnicas de interrogatórios

Segundo o jornal The New York Times, "surgiram fortes diferenças entre as duas agências quanto às técnicas usadas para interrogar" membro da Al-Qaeda

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Serviço Central de Informação (CIA) dos Estados Unidos e o FBI (polícia federal americana) divergem quanto ao uso de técnicas de interrogação empregadas com Abu Zubaydah, suposto "número dois" da Al-Qaeda e colaborador direto de Osama bin Laden, segundo a edição deste domingo do New York Times. Zayn al-Abidin Muhammed Husayn, conhecido como Abu Zubaydah, foi detido no Paquistão em março de 2002 e os EUA o consideram um nome de peso da organização terrorista. O jornal assegura que "surgiram fortes diferenças entre as duas agências quanto às técnicas usadas para interrogar" Zubaydah em um apartamento na Tailândia. Na quarta-feira, o presidente americano, George W. Bush, admitiu pela primeira vez a existência de prisões secretas da CIA no mundo e anunciou a transferência de 14 presos a Guantánamo, entre eles Zubaydah. Entre os transferidos estão suspeitos do planejamento dos atentados de 11 de setembro de 2001 contra Washington e Nova York e responsáveis de atentados contra interesses americanos no Iêmen, Quênia e Tanzânia. "Entrevistas com quase uma dúzia de oficiais das forças de segurança e ex-funcionários de inteligência indicaram que os interrogatórios de Zubaydah foram tensos e estiveram salpicados de fortes disputas e debates sobre a legalidade e utilidade dos duros questionários e que a ferida aberta entre o FBI e a CIA ainda não foi curada", afirmou o jornal. Bush revelou na quarta-feira passada que a CIA manteve detidos em suas prisões personagens como Khalid Sheik Mohammed, considerado o número três da Al-Qaeda antes de ser capturado no Paquistão em 2003. Outro dos detidos seria Ramzi Binalshibh, que supostamente tinha planos para ser um dos seqüestradores que cometeram os atentados em Nova York e Washington em 11 de setembro de 2001.

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