
24 de março de 2010 | 00h00
Entre os pontos que devem constar em um eventual acordo (traçado de fronteiras, refugiados, etc...), o status de Jerusalém é certamente o mais delicado. A Resolução 181 da ONU, de 1947, dava à cidade - sagrada para judeus, cristãos e muçulmanos - a estranha condição de "território sob administração internacional".
Com a guerra de 1948, Israel passou a ocupar a porção ocidental de Jerusalém, enquanto a Jordânia ficou com a oriental, incluindo a Cidade Velha. Sob comando do general Moshe Dayan, tropas israelenses expulsaram em 1967 os jordanianos e unificaram Jerusalém, que Israel - apesar da recusa internacional - passou a considerar sua "capital única e indivisível". Nos anos 80, os israelenses anexaram unilateralmente, por meio de seu Parlamento (Knesset), Jerusalém Oriental ao seu território, medida tampouco reconhecida pela comunidade internacional.
A Autoridade Palestina, comandada pelo Fatah, reivindica a cidade capital de seu futuro Estado. Israelenses moderados admitem essa possibilidade. Os extremos dos dois lados, contudo, insistem na "indivisibilidade". A extrema direita de Israel diz que "Jerusalém é como Tel-Aviv" e, para o Hamas, só o fato de falar com israelenses seria "legitimar a ocupação sionista".
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