Cientistas querem construir novo colisor de partículas

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Por AE-AP
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Pesquisadores envolvidos no projeto do maior acelerador de partículas do mundo defenderam nesta segunda-feira a construção de uma nova máquina, ainda maior, com verbas de parcerias internacionais. Ao invés de fazer as partículas circularem pelo interior de enormes anéis, como fazem as principais máquinas atuais, os cientistas querem uma nova geração de aceleradores lineares, que disparem as partículas em linha reta.Dependendo de quem quiser abrigar o equipamento e de quanto eventuais interessados estiverem dispostos a pagar, o colisor poderia ser construído em qualquer parte do mundo. Japão, Rússia, Estados Unidos e Suíça são possíveis candidatos, mas cientistas de China, Índia, Canadá e de outros países também devem tomar parte no projeto, afirmou Barry Barish, diretor de um dos novos projetos propostos de colisor.Cientistas reunidos em Paris mostraram-se encorajados pelos resultados do Grande Colisor de Hádrons (LHC, pelas iniciais em inglês), de US$ 10 bilhões, um laboratório de física de partículas construído nos arredores de Genebra. Um colisor menor, o Tevatron, é administrado pelo Fermilab, na região de Chicago. Ambos são máquinas altamente complexas e que precisaram de anos para ficarem prontas.Rolf Heuer, chefe do Cern, organização europeia responsável pelo LHC, se disse "bem feliz" com o que foi descoberto até agora no LHC. A máquina está "abrindo uma nova era de pesquisas", afirmou. Apesar disso, ele defendeu que um novo colisor linear será necessário. É a "interação e a combinação de resultados" entre os dois diferentes tipos de aceleradores que permite o avanço da física de partículas.Mais de mil físicos de todo o mundo reuniram-se em Paris para ouvir os mais recentes resultados do LHC e discutir os preparativos de seu sucessor, na Conferência de Física de Alta Energia, que dura até 28 de julho. Planos para o próximo passo incluem um túnel de 50 quilômetros e US$ 12,85 bilhões, o Colisor Linear Internacional (ILC), e o Colisor Linear Compacto, ou Clic, que ainda não tem preço estimado. "Ambos são agora verdadeiras cooperações, colaborações internacionais", disse Heuer.Ele disse que os planos para o ILC originaram-se num laboratório de Hamburgo e são tecnologicamente mais avançados, mas que o Clic, que nasceu no Cern, tem como meta energias mais elevadas. A escolha entre os modelos dependerá dos resultados do LHC.

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