Cinco mitos sobre a eficácia das sanções contra a Rússia

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Por Redação
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As sanções nunca funcionam. As sanções podem provocar enorme impacto econômico para um país. No entanto, "funcionar" também significa que o governo que as sofre concorde em atingir determinados objetivos políticos. Apenas o sofrimento para a economia não leva a isso. Em um a cada três ou quatro casos, as sanções levam a concessões por parte do governo afetado.2.Sanções prejudicam mais pessoas do que governos. A esmagadora maioria das sanções não dura mais do que dez anos. Segundo dados do Peterson Institute for International Economics, a maioria das sanções acaba em menos de um ano. Em quase todos os casos, passa a vigorar um embargo comercial muito menos amplo.3.O segredo é adotar as sanções mais dolorosas possíveis. Efeitos sociais de dispendiosas sanções podem provocar sério prejuízo político. As sanções mais caras do mundo só valem a pena quando as exigências são claras. Se o país que as sofre considera inimigos os países que o sancionam, se mostrará menos disposto a conceder.4.Como exportadora de energia, a Rússia é particularmente vulnerável. Economias que se especializam em apenas uma ou duas commodities de exportação podem ser sensíveis a sanções. Mas há pelo menos duas razões pelas quais sancionar o setor energético russo não é o mesmo que sancionar o Irã. A primeira é que os governos europeus são muito mais dependentes da energia russa. A segunda é que, além da energia, a Rússia tem uma presença maior do que o Irã na economia global.5.Sanções só funcionam quando há o envolvimento dos EUA. As sanções russas derrubaram o governo do Quirguistão, em 2010, e obrigaram a Armênia a rejeitar um acordo de associação à UE, em 2013. E a China tampouco é parcimoniosa. Um embargo informal levou o Japão a libertar um capitão chinês de barco pesqueiro preso em 2010. Pequim também cancelou conversações de comércio com a Noruega após a concessão do Nobel da Paz para Liu Xiaobo, em 2010./ DANIEL DREZNER, DO WASHINGTON POST

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