Cinco pessoas são presas pelo assassinato de uma prostituta transexual na França

Vanesa Campos foi morta quando defendia um homem de assaltantes; grupos LGBT exigem a revogação de uma lei sobre prostituição que impõe multas de até € 3.750 aos clientes, o que as obriga a trabalhar em locais distantes da polícia, ficando mais expostas a agressões

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Por Redação
Atualização:

PARIS - Cinco pessoas foram indiciadas e presas pelo assassinato de uma prostituta transexual peruana na França, um crime que tem levantado uma onda de indignação entre as associações LGBT, informou na segunda-feira, 27, uma fonte judicial.

Assassinato de Vanesa Campos desencadeou protestos de comunidades LGBT na França Foto: Lionel Bonaventure / AFP

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Vanesa Campos, de 36 anos e natural do distrito peruano de Cayaltí, foi morta na noite do dia 16 de agosto no parque Bois de Boulogne, oeste de Paris, quando tentava defender um cliente que sofria uma tentativa de assalto.

A peruana foi vítima de um disparo de arma de fogo no tórax, indicou uma fonte próxima à investigação. Oito pessoas foram detidas no dia 21 de agosto no âmbito da investigação e cinco delas foram acusadas de “homicídio em grupo organizado” e “roubo coletivo”.

Repercussão

O assassinato de Vanesa, que morava há dois anos em Paris e enviava dinheiro à família todo mês, foi amplamente divulgado nos meios de comunicação franceses e desencadeou protestos de prostitutas e militantes LGBT.

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Além de pedir justiça, as associações exigem a revogação de uma lei sobre prostituição adotada em 2016 que impõe multas de até € 3.750 aos clientes. Segundo as ONGs, a medida levou a uma queda na renda das prostitutas e as obrigou a trabalhar em lugares mais afastados, distante da polícia, nos quais ficam mais expostas a agressões.

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Uma semana após o crime, o governo da França se manifestou a respeito. “Todas as mulheres devem estar protegidas da violência sexista e sexual, toda violência tem de ser condenada”, disse a secretária de Estado para a Igualdade entre Homens e Mulheres, Marlène Schiappa. / AFP e EFE

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