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Cinegrafista que agrediu refugiados pede desculpas em carta publicada em jornal

Petra Laszlo admitiu estar arrependida e disse que agiu em momento de pânico; ela foi demitida na terça-feira após as imagens de suas ações de espalharem na internet

Atualização:

BUDAPESTE - A cinegrafista húngara Petra Laszlo, que chutou e derrubou refugiados quando fugiam da polícia, disse nesta sexta-feira, 11, que, como mãe, está arrependida de suas ações e agiu em momento de pânico.

Ao mesmo tempo, a polícia húngara afirmou tê-la interrogado na quinta-feira como suspeita, depois que promotores ordenaram uma investigação do caso por conduta desordeira.

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"É difícil tomar decisões corretas quando se está em pânico", declarou Petra.

A cinegrafista foi demitida na terça-feira do canal de notícias N1TV, também conhecido como Nemzeti TV, depois que vídeos de suas ações se espalharam na mídia e na internet.

Imagens mostram Petra chutando uma menina e fazendo tropeçar um homem que carregava uma criança no colo, em um momento em que centenas de estrangeiros, muitos deles refugiados sírios, fugiam da polícia na fronteira sul da Hungria com a Sérvia.

"Sinceramente, eu me arrependo do que aconteceu. Estou praticamente em choque com o que fiz, e o que foi feito comigo", escreveu Petra em carta publicada no site do jornal Magyar Nemzet.

Ela disse que entrou em pânico quando centenas de imigrantes começaram a correr em sua direção, e quis se proteger. "Não sou uma cinegrafista racista sem coração que chutaria crianças. Sou uma mulher, uma mãe com filhos pequenos e, agora, desempregada, que tomou uma decisão equivocada em pânico", acrescentou.

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O governo de direita da Hungria assumiu uma posição linha-dura em relação ao fluxo de imigrantes através das suas fronteiras, a caminho da Europa Ocidental, retratando-os como uma ameaça para a prosperidade da Europa e os "valores cristãos".

A Hungria registrou este ano a passagem de mais de 170.000 refugiados, muitos deles fugindo de conflitos no Oriente Médio.

A polícia vem tentando cercá-los e registrá-los, de acordo com as regras da União Europeia, mas muitos recusam, temendo serem forçados a ficar na no território húngaro em vez de passar para a Alemanha ou a Suécia. /REUTERS e EFE

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