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Cinzas de vulcão do Chile afetam turismo e voos na Argentina

San Martín de los Andes e Bariloche foram as cidades mais atingidas pela erupção; aeroportos e lojas fecharam

Por Rodrigo Cavalheiro
Atualização:

 Depois de 54 anos inativo, o vulcão Calbuco despejou lava sobre uma região inabitada no sul do Chile e espalhou cinzas sobre os Andes com duas erupções, na noite de quarta-feira e na madrugada de ontem. O vento arrastou a nuvem de pó fino para o lado argentino, cobrindo as regiões de San Martín de los Andes e Bariloche, que fica a 100 quilômetros do vulcão. 

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Nas duas cidades turísticas foram fechados aeroportos, escolas, lojas e chegou a faltar alimento e água no início do dia. Diante da pouca visibilidade e da dificuldade para respirar, os raros moradores e visitantes que saíram à rua usavam máscaras, compradas a R$ 3 – algumas eram vendidas a desavisados por seis vezes mais.

Chegou a haver fechamento de algumas rodovias em razão da visibilidade, que pela manhã chegava a 70 metros. Moradores temiam que a composição da cinza comprometesse a qualidade dos reservatórios de água. 

Segundo a vulcanóloga Patricia Sruoga, da Associação Geológica Argentina, o inusitado na erupção do Calbuco foram os poucos sinais que deu. “Ele pulou uma etapa de monitoramento”, afirmou a investigadora do Conselho Nacional de Investigações da Argentina (Conicet).

No lado chileno, quase 5 mil moradores que viviam em um raio de 20 km do vulcão, próximo de Puerto Montt, a 1,3 mil km ao sul de Santiago, tiveram de sair de suas casas. Parte foi retirada a força, porque não queria deixar a criação de animais, uma das bases da economia da região, ao lado do turismo. 

A presidente chilena, Michelle Bachelet, alertou para o risco de que a lava derretesse o gelo nas montanhas e provocasse inundações repentinas. Havia possibilidade de que voos de e para Santiago do Chile marcados para hoje fossem afetados Em junho de 2011, a erupção do Puyehue, a 128 km do Calbuco, levou companhias a cancelar voos em todo o continente.

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