Civis afegãos morrem num bombardeio por engano dos EUA

Americanos tinham a informação de que local abrigava supostos rebeldes; uma criança está entre os civis mortos

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Pelo menos seis civis afegãos morreram por causa de um erro da coalizão militar dirigida pelos Estados Unidos, que bombardeou a localidade de Kunar, no leste do Afeganistão, disseram nesta quinta-feira fontes oficiais afegãs, enquanto o comando americano garante ter matado sete supostos membros da Al Qaeda e uma criança. O subchefe do distrito de Shegal, na província de Kunar, disse à Efe que o bombardeio, ocorrido na noite de quarta-feira, foi motivado por uma "informação errada da inteligência" de que o local abrigava supostos rebeldes. Na realidade, explicou, a casa reunia um grupo de anciãos que tentava resolver uma disputa entre duas famílias. A informação foi confirmada pelo chefe do distrito. Ele garantiu que outras seis pessoas estão desaparecidas. Tom Collins, porta-voz do comando militar dos EUA, disse à Efe que não sabe da morte de civis. O comando militar da coalizão disse num comunicado que, numa operação desenvolvida na província de Kunar, foram abatidos sete supostos terroristas da Al Qaeda e também uma criança, atingida pelos foguetes. Segundo a nota, forças da coalizão e tropas afegãs foram atacadas quando se aproximavam de "um complexo que abrigava supostos terroristas" em Kunar, perto do povoado de Asmar, "e se defenderam atirando". Como resultado, sempre segundo a versão americana, morreram sete supostos simpatizantes da rede terrorista Al Qaeda e uma criança de 10 a 12 anos. Uma mulher ficou ferida e quatro supostos rebeldes foram detidos. Segundo fontes policiais e provinciais afegãs, a operação foi completamente diferente. Todos os mortos são civis, garantiram. Por enquanto apareceram sete corpos de civis no distrito de Shegal. Outras seis pessoas, entre elas uma mulher, estão desaparecidas e são procuradas pela Polícia. O Ministério do Interior não ofereceu informação oficial.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.