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Clérigo islâmico justifica discurso para Bento XVI

Por AP e Reuters
Atualização:

O clérigo muçulmano Taissir al-Tamimi, que roubou a cena durante uma conferência inter-religiosa da qual o papa Bento XVI participou na segunda-feira para reclamar do duro tratamento dado por israelenses a palestinos justificou-se ontem dizendo que precisava "defender o ponto de vista do Islã". "Se eu represento o Islã num encontro no qual se propõe o diálogo, mas não falo nada, sou o que? Apenas uma peça da mobília?", disse Tamimi. "Eu quis lembrar o sofrimento de nosso povo e colocar em evidência os procedimentos usados pela ocupação israelense contra o povo palestino", completou. A conferência inter-religiosa foi realizada na Igreja de Notre Dame, em Jerusalém Oriental. Os organizadores do evento não previam que fosse dado a Tamimi a oportunidade de dirigir-se ao papa, então ele decidiu tomar a palavra depois do último orador. "Bem vindo à Jerusalém, a eterna capital política, nacional e espiritual da Palestina", disse Tamimi. Em um discurso em árabe de cerca de cinco minutos, o clérigo acusou Israel de "matar mulheres, crianças e idosos" e sugeriu que cristãos e muçulmanos se unam contra o que chamou de "crimes do Estado judeu". Suas declarações causaram mal-estar entre os participantes da conferência e Bento XVI, que não fala árabe, acabou se retirando do local. Foi a primeira grande polêmica política da visita do Papa à Terra Santa. Tamimi é chefe do Tribunal Islâmico de Jerusalém e é um líder religioso de bastante prestígio entre os palestinos.

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