Clérigos no Paquistão mantêm fervor anti-EUA

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Por Agencia Estado
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Grupos islâmicos pró-Taleban do Paquistão disseram hoje que a queda da capital afegã Cabul é uma triste notícia, mas prometeram que ela não irá sufocar seu fervor anti-EUA. "A maioria dos paquistaneses está insatisfeita com esses desdobramentos", afirmou Maulana Samiu Haq, chefe do Conselho de Defesa Afegã, uma aliança de 35 grupos militantes islâmicos. "A captura de Cabul por uma aliança de oposição anti-Paquistão terá implicações negativas para o país", disse Haq por telefone à Associated Press da cidade nortista de Akora Khattak. O Paquistão tem pedido a desmilitarização de Cabul e a formação de um governo de amplas bases com forte participação da maioria pashtun do Afeganistão. A Aliança do Norte é dominada por tajiques, usbeques étnicos e xiitas muçulmanos. Haq, um dos mais ardorosos partidários do Taleban no Paquistão disse que a derrota do Taleban é um mau sinal para o Paquistão. "Teremos agora um governo inamistoso em nossa fronteira ocidental", disse. Munawaar Hasan, secretário-geral do Jamaat-i-Islami, ou Partido Islâmico, afirmou que a retirada do Taleban foi tática. "É o começo de uma longa guerra de guerrilha contra forças apoiadas por potências estrangeiras", disse na cidade fronteiriça oriental de Lahore. "A história mostra que é fácil capturar Cabul, difícil é governá-la". Para ele, o presidente paquistanês Pervez Musharraf é responsável pela queda de um governo amigo do Paquistão em Cabul. Pelo últimos dois meses, partidos islâmicos paquistaneses têm promovido manifestações nacionais em apoio ao Taleban e contra a política pró-EUA de seu governo. "Gostaríamos de saber quantos terroristas ou líderes do Taleban foram mortos pelos americanos? Mas certamente eles estão jogando esse pobre país de volta à anarquia", afirmou Hasan. Riaz Durrani, do Jamiat Ulema-i-Islam, ou Partido dos Clérigos Islâmicos, disse que ficou triste com a queda de Cabul. "Mas isso não significa que ficaremos desmoralizados", afirmou. "Vamos continuar com nossos protestos enquanto bases americanas estiverem aqui e até que eles parem de bombardear os pobres afegãos". Leia o especial

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