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Clinton resolve se instalar no Harlem

Por Agencia Estado
Atualização:

Acusado de esbanjar dinheiro do contribuinte, o ex-presidente americano Bill Clinton desistiu de alugar um escritório no edifício Carnegie Hall Tower, no centro de Manhattan, e optou por instalações bem mais modestas e baratas no Harlem - apontado como um dos bairros mais pobres e perigosos de Nova York - informou a porta-voz dele, Julia Payne. Por um escritório de 772 metros quadrados no Carnegie, Clinton ia pagar aluguel anual de US$ 739 mil - metade com recursos de sua fundação e metade com a ajuda do Tesouro americano que ele recebe como ex-presidente. No Harlem, ele poderá ocupar um escritório de 650 metros quadrados num edifício de 14 andares, pagando aluguel anual de US$ 210 mil. O ex-presidente havia escolhido o Carnegie por causa da vizinhança (ricos empresários, produtores de cinema, restaurantes luxuosos e a famosa sala de concertos do Carnegie) e da paisagem - uma magnífica vista do Central Park e da Ponte George Washington. No Harlem, ele terá como vizinhos funcionários do Departamento do Tesouro, de organizações sociais e do serviço de recrutamento da Marinha. O prédio fica na rua 125, a dois quarteirões do Teatro Apolo - histórica casa de espetáculos da comunidade negra nova-iorquina. O Harlem recebeu com satisfação a decisão de Clinton, que teria atendido a sugestão do deputado democrata negro Charles Rangel. A população, constituída de negros e hispânicos, acha que a vida ali agora vai melhorar, atraindo maiores investimentos para as obras de renovação do bairro (iniciadas há dez anos) e para o setor de segurança pública. Antes da mudança de Clinton, agentes do FBI farão uma detalha inspeção no prédio, de onde se avista também o a área sul do Central Park e as torres do Carnegie. A porta-voz Julia Payne garante que a decisão de Clinton não foi motivada por questões financeiras, mas, segundo o jornal The New York Times, as críticas da opinião pública pesaram mais que qualquer outra coisa.

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