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Clubes de produtores desenvolvem técnicas para baixar os custos

Plantio da maconha exige investimentos em pesquisa e recursos caros, que demandam organização empresarial

Por MONTEVIDÉU
Atualização:

A loja de Juan Manuel - que unida a outras três do ramo publica uma revista especializada - já recebeu representantes de grupos de plantadores interessados "terceirizar" o cuidado das plantas. "Não vamos ter um clube, porque queremos trabalhar nisso. Vamos cobrar uma mensalidade para cuidar das plantas", diz Juan Manuel.No entanto, já há organizações criando clubes de cultivo. A Federação Nacional de Canabicultores tem feito cursos de cultivo da planta no interior do pais. A Associação de Estudos da Cannabis do Uruguai (Aecu) e Regulamentação Responsável começaram a agrupar sócios. "Vamos começar a fazer reuniões com quem quiser também ter seu clube", disse Laura Blanco, presidente da Aecu, ao Estado. Ela faz parte de um clube de 45 pessoas, orientado à investigação científica da planta, que já teve duas colheitas e está cultivando a terceira. Segundo ela, a produção da maconha, mesmo nos clubes, é muito cara e requer a participação de mais de 45 pessoas. Eles sugerem que a lei permita a possibilidade de vários clubes dividirem um local, para reduzir custos. O clube já sustenta jardineiros, aluguel do local e custos administrativos. Também gasta com energia, já que o cultivo é sem luz natural. "Nossa terceira colheita já é de clones com o melhor das duas colheitas que já fizemos. Temos as variedades que mais gostamos, não só pelo paladar, mas também pela facilidade de cultivar", acrescenta Blanco. Contra. Um dos pré-candidatos na disputa pela presidência em outubro, Pedro Bordaberry, do Partido Colorado, prometeu revogar a lei caso seja eleito e consiga maioria no Parlamento. Segundo a última pesquisa, publicada no mês de abril pela consultora Factum, 43% dos uruguaios votariam na Frente Ampla, que sustenta o governo do presidente José Mujica, 27% no Partido Nacional e 15% ao Partido Colorado. Com esses resultados, a esquerda não conseguiria ganhar no primeiro turno, nem garantiria a maioria parlamentar com a qual governou nos últimos 10 anos. Se houver segundo turno, ele ocorrerá no mês de novembro. No mês de junho, Uruguai terá eleições internas, onde os partidos definirão seus candidatos à presidência. / E.C.

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