CNA garante maioria parlamentar para reeleger Zuma na África do Sul

Com 95% das urnas apuradas, partido governista obteve 62,4% dos votos nas eleições gerais

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

JOHANESBURGO - O partido governista da África do Sul, o Congresso Nacional Africano (CNA), conseguiu absoluta maioria nas eleições gerais, segundo dados parciais divulgados na manhã desta sexta-feira, 9, pela Comissão Eleitoral Independente, e abre caminho para reeleger o presidente Jacob Zuma. O CNA obteve 62,4% dos votos, sendo que 95% das urnas já foram apuradas.

PUBLICIDADE

Os resultados parciais apontam para uma nova maioria absoluta parlamentar do CNA, que permite a Zuma formar governo e dirigir o país durante mais cinco anos.

Em segundo lugar está o principal partido da oposição, a Aliança Democrática (DA), que por enquanto está com 22,6%, seis pontos a mais do que nas últimas eleições, em 2009.

O CNA, que liderou a luta contra o regime segregacionista do apartheid e governa sem interrupção o país desde 1994, supera com esta vitória a crise de popularidade de Zuma, envolvido em vários escândalos de corrupção em uma legislatura marcada pelo baixo crescimento econômico e o desemprego.

A terceira força mais votada, com 5,3% dos votos, é o recém criado Lutadores Econômicos da Liberdade (EFF), do líder populista de esquerda Julius Malema.

Segundo estimativas da televisão pública SABC, o CNA ficaria com 260 das 400 cadeiras do novo parlamento, quatro a menos do que na última legislatura.

O maior beneficiado seria a DA, que passaria de 22 para 89 deputados. Os EFF obteria 21 cadeiras e os partidos das minorias zulu e afrikaner, Inkhata e o Partido Nacional da Liberdade, ocupariam nove e seis assentos, respectivamente.

Publicidade

Mais de 70% dos 25 milhões de sul-africanos que se registraram para a votação participaram do processo, segundo os dados da Comissão Eleitoral. O pleito foi marcado pela calma e o ambiente festivo, apesar dos distúrbios ocorridos em algumas zonas mais pobres do país.

"As eleições gerais de 2014 foram um novo marco na história democrática de nosso país. Obrigado, África do Sul, por manter nossa democracia forte e vibrante", disse na quinta-feira 8 a porta-voz do governo, Phumla Williams, que classificou o processo eleitoral de "pacífico e bem-sucedido".

Além de definir o parlamento nacional, os sul-africanos votaram para as assembleias das nove províncias do país.

Segundo os resultados parciais, a DA ganharia novamente na província de Cabo Ocidental, com cerca de 60% dos votos, o que levaria a líder do partido, Helen Zille, a seguir governando no Estado. As outras regiões continuarão sob o controle do CNA, que manteria a maioria absoluta em Gauteng - motor econômico do país e onde se localizam Johanesburgo e Pretória - e se aproximaria de 80% dos votos em regiões como Mpumalanga, Limpopo e Cabo Oriental.

Estas foram as quintas eleições democráticas e não raciais da história do país e as primeiras após a morte do ex-presidente Nelson Mandela. A África do Sul celebra neste ano o vigésimo aniversário do final do regime racista do apartheid, que durante mais de meio século privou de direitos políticos os cidadãos não brancos do país. / EFE

 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.