CARACAS - O reitor do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE), Luis Emilio Rondón, disse na quinta-feira que a etapa de validação de mais de 1,3 milhão de assinaturas de pessoas que pedem a ativação do referendo para revogar o mandato do presidente Nicolás Maduro será iniciada no dia 20 de junho.
"De segunda-feira, dia 20, até sexta-feira, 24 de junho, será o período da fase de validação", disse Rondón aos jornalistas na sede principal do CNE em Caracas, um anúncio que era esperado e exigido por meio de marchas e protestos pela aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) há mais de uma semana.
Rondón, o único dos cinco reitores que se identifica com a oposição, indicou que 1.352.000 pessoas terão que validar suas assinaturas nesse período, depois que suas rubricas passarem por todas as provas do Poder Eleitoral para verificar sua autenticidade.
O reitor disse que a presidente do CNE, Tibisay Lucena, oferecerá nesta sexta-feira, 10, a informação formal do início da etapa de validação, que abrirá as portas para uma nova fase, na qual a oposição deverá obter 4 milhões de assinaturas.
Para a fase que se inicia no dia 20, os que contribuíram com sua assinatura devem comparecer aos centros designados pelo CNE para confirmar, com suas impressões digitais, que apoiam a ativação do referendo revogatório contra o presidente chavista.
No dia 2 de maio, a MUD entregou ao Poder Eleitoral mais de 1,8 milhão de assinaturas para cumprir com um requisito no qual eram necessárias menos de 200 mil rubricas.
A oposição afirmou então que o grande excedente de assinaturas faria com que o CNE, ao cumprir supostas ordens do governo, desprezasse muitas dessas manifestações de vontade. Na quarta-feira foi finalmente divulgado que o órgão eleitoral não aceitou por volta de 600 mil assinaturas por diferentes motivos.
O secretário-executivo da MUD, Jesús Torrealba, disse que quando terminar a etapa de validação, a nova coleta de assinaturas - desta vez de 20% do censo eleitoral - "será obviamente no mês de julho". Depois disso, se iniciaria um período de campanha eleitoral entre agosto e setembro. "E em outubro, nós, os venezuelanos, poderemos fazer o referendo revogatório", afirmou o político opositor. /EFE
Veja abaixo: Oposição venezuelana protesta por revogatório contra Maduro