CNN pede cuidado com imagens de danos aos civis afegãos

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Por Agencia Estado
Atualização:

A rede de notícias CNN recomendou a seus jornalistas a não exagerarem com as imagens dos danos provocados pelas bombas americanas aos civis afegãos. Além disso, pediu a eles que, em todo caso, coloquem o incidente em seu devido contexto: ou seja, lembrar sempre que os talebans estão protegendo os responsáveis pelo massacre de 5.000 pessoas inocentes. Memorando O memorando, enviado pelo presidente da CNN, Walter Issacson, recomenda aos correspondentes que cobrem as operações militares no Afeganistão que "multipliquem os esforços para evitar passar a impressão de estarem mostrando as coisas do ponto de vista dos talebans". "Quando recebemos boas reportagens sobre o Afeganistão controlado pelo Taleban, precisamos redobrar nossos esforços para mostrar que não parecemos estar simplesmente informando a partir de sua posição vantajosa ou perspectiva. Precisamos falar de como o Taleban emprega escudos civis e como o Taleban abriga os terroristas responsáveis pela morte de quase 5 mil pessoas inocentes", afirma o documento. As imagens que chegam do Afeganistão provêem basicamente da área controlada pelo Taleban, onde os enviados não têm liberdade para mostrar o que querem. Ironia Esta é uma situação já vivida pela CNN por ocasião da guerra contra o Iraque, quando seu enviado Peter Arnett era o único correspondente estrangeiro em Bagdá. Suas informações sobre danos causados à população civil pelas bombas "inteligentes" americanas caídas em alvos equivocados provocaram polêmica nos Estados Unidos. O memorando do presidente da CNN provocou reações irônicas entre os competidores. "Nossos repórteres já têm inteligência suficiente para compreender que todas as informações devem ser colocadas num contexto justo. Não há nenhuma necessidade de lembrá-los", afirmou Jim Murphy, produtor-executivo da CBS News. O memorando da CNN apareceu poucos dias depois da decisão da televisão americana de não divulgar integralmente as mensagens em vídeo de Osama bin Laden. O pedido havia sido feito pela Casa Branca, alegando que as gravações poderiam ocultar "mensagens em código". Os dados mostram que a audiência da CNN e das outras maiores cadeias dedicadas exclusivamente às notícias, como Fox e MsNBC, caiu cerca de 70% depois dos picos de 11 de setembro, quando a CNN chegou a ser vista por 3,3 milhões de pessoas (agora está em 946.000). Mesmo assim, trata-se de um público 50% superior ao normal. Leia o especial

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