Coalizão de Uribe fica perto da vitória e deve manter maioria no Senado

Mais de 78% dos votos computados nas eleições de domingo já foram apurados

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Por Agência Estado e Associated Press
Atualização:

Com 78,2% dos votos das seções eleitorais já apurados, os dois partidos da coalizão do presidente Álvaro Uribe se encaminhavam para ratificar seu domínio no Senado. Além disso, o Partido de Integração Nacional (PIN), que tem entre seus integrantes vários parentes e amigos de ex-congressistas condenados e investigados por laços com paramilitares, surpreendia, ao conseguir bons resultados. O grande vencedor nas eleições legislativas realizadas no domingo, 14, parecia ser Uribe, de 57 anos. Em fevereiro, a Justiça colombiana impediu que ele concorresse a um terceiro mandato no pleito marcado para 30 de maio. Quase 30 milhões de colombianos estavam habilitados a votar. A disputa resultará na escolha de 166 deputados e 102 senadores, além dos cinco representantes colombianos no Parlamento Andino.Entre os perdedores apareciam o Partido Polo Democrático Alternativo, de esquerda, que era a segunda força opositora atrás do Partido Liberal, além de Sergio Fajardo, um ex-governador que é candidato à presidência. O movimento independente de Fajardo chegava a apenas 146.986 votos, segundo o mais recente boletim difundido pela Registraduría Nacional, máxima autoridade para organizar as eleições na Colômbia."A coalizão de governo é a grande ganhadora", afirmou por telefone Ariel Ávila, da organização não-governamental (ONG) Corporación Arco Iris, que se dedica a pesquisar o conflito interno com a guerrilha e que conta com um observatório eleitoral. Com os resultados "não há uma grande renovação no Congresso", porque se mantêm representantes de partidos tradicionais e os "herdeiros" dos políticos vinculados aos paramilitares. Em 2006 foram revelados os laços entre políticos e esses criminosos. Desde então, as investigações levaram à prisão de pelo menos 80 congressistas, a maioria aliados de Uribe. A Registraduría Nacional já informou que, legalmente, uma pessoa só está impedida de concorrer caso tenha uma condenação, mas não por ter laço familiar ou de amizade com um político condenado, por exemplo.ResultadosO balanço mais recente do órgão, com 78,2% dos votos apurados, mostra o Partido Social da Unidade Nacional (Partido da U), pertencente à coalizão governista, com o primeiro lugar na corrida pelo Senado, com 2,2 milhões de votos, 24,6% dos 9,3 milhões de votos válidos. O Partido da U é liderado por Juan Manuel Santos, ex-ministro da Defesa de Uribe e também candidato à presidência. Santos é apontado como um dos favoritos na corrida presidencial.Em segundo lugar para a Câmara Alta está o tradicional Partido Conservador, com 2 milhões de votos, ou 21,8%, segundo as autoridades. Nas últimas eleições, de 2006, o Partido da U obteve 20 cadeiras, seguido pelos conservadores, com 18. Pelas últimas projeções, o Partido da U ficaria com 27 cadeiras no Senado, enquanto o Partido Conservador chegaria a 24. O Partido Liberal Colombiano manteria suas 18 vagas.A surpresa na disputa foi a nova sigla do PIN, criada em novembro, unindo membros da organizações dissolvidas após seus congressistas serem os mais envolvidos na investigação da Suprema Corte a respeito dos laços entre políticos e paramilitares. O PIN obtinha 723.736 votos, ou 7,8% dos votos válidos. Com isso, levaria pelo menos oito vagas no Senado.Um representante legal do PIN, Alvaro Caicedo, rebateu as críticas de que o partido está infestado por pessoas ligadas aos paramilitares. Segundo ele, há apenas "gente boa, honesta, que não tem nenhum problema com a Justiça" na agremiação. Consulta partidária

Também era possível ontem votar em uma consulta do Partido Conservador e do Partido Verde para que essas siglas escolham seus candidatos na disputa presidencial do fim de maio. Entre os conservadores, o ex-ministro da Agricultura Andrés Felipe Arias, um economista de 36 anos, aparecia à frente. Ele disputa a vaga com a ex-chanceler Noemí Sanín, veterana política conservadora de 60 anos. Arias, que pela sua fidelidade ao presidente e também por alguma semelhança física é chamado de "Uribito", conseguia 352.304 votos, ou 43,4% dos 933.865 votos válidos nessa consulta partidária. A ex-chanceler estava com 42,1% dos votos válidos.

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