Texto atualizado às 15h32
SÃO PAULO - O correspondente do Estado em Paris, Andrei Netto, relatou nesta quarta-feira, 1, detalhes da cobertura recente que fez na Síria, de onde voltou no começo da semana. Andrei foi o primeiro jornalista brasileiro a entrar na cidade síria de Alepo, palco de duros conflitos nos últimos dez dias.
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De acordo com o repórter, que participou de um bate-papo com leitores na tarde de hoje, a cobertura no país "está longe de ser ideal". "A Síria tem as fronteiras fechadas desde o início da Primavera Árabe, mas elas têm se tornado mais permeáveis nas últimas semanas", conta. Por conta disso, o jornalista conseguiu entrar no país, pela fronteira com a Turquia.
Assista ao vídeo completo:
Andrei vive há seis anos em Paris. Desde o início de 2011, vem cobrindo os eventos da Primavera Árabe para o Estado, tendo feito reportagens na Tunísia e no Egito. Na Líbia, acompanhou a revolta desde seu início, em fevereiro de 2011, até as primeiras eleições parlamentares no país, realizadas em junho passado.
O jornalista também viu de perto a queda de Trípoli e a morte violenta do ditador Muamar Kadafi na cidade de Sirte. Sobre a revolução líbia, escreveu o livro "O Silêncio contra Muamar Kadafi", que será publicado em breve no Brasil.
Nas últimas duas semanas, o repórter viajou por três países do Oriente Médio: Líbano, Turquia e Síria. Nos dois primeiros, encontrou-se com refugiados sírios e com líderes rebeldes no exílio. Depois, conseguiu entrar na Síria sem a autorização do regime e foi o primeiro jornalista brasileiro a cobrir a revolta em Alepo, o atual epicentro da revolução.
No norte do país, Andrei viajou por diferentes cidades e vilarejos, entrevistou cidadãos comuns e chefes militares. "O regime ainda pode esmagar a insurgência em Alepo e em outras cidades, mas Bashar Assad nunca esteve tão perto de cair", disse.