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Colômbia anuncia morte de líder máximo das Farc

Titular da Defesa disse ter recebido informação de que ?Tirofijo? morreu em 26 de março

Por Bogotá
Atualização:

O Ministério da Defesa da Colômbia anunciou ontem a morte, no dia 26 de março, do líder máximo e fundador da guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Pedro Antonio Marín - também conhecido como "Manuel Marulanda" ou "Tirofijo". "Manuel Marulanda, principal líder das Farc está morto", segundo texto oficial. O comunicado do governo colombiano confirmou a informação dada pelo ministro de Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos, à revista Semana. Na entrevista, Santos havia afirmado que as autoridades ainda estavam checando a informação, recebida de uma fonte que "nunca falhou". Tirofijo teria completado 78 anos em 12 de maio. No comunicado de ontem, o Ministério da Defesa afirma que Marulanda morreu no dia 26 de março às 18h30. O governo, no entanto, disse que a causa da morte do guerrilheiro ainda está sendo investigada. Em sua entrevista, Santos afirmou que Tirofijo teria morrido de ataque cardíaco ou após um bombardeio do Exército. O almirante David Moreno, que leu o comunicado, disse que no dia da morte de Marulanda, forças do Exército bombardearam a região de Meta, onde o guerrilheiro estaria escondido na época. Por seu lado, o site da agência de notícias ligada às Farc, Anncol, emitiu ontem um enigmático comunicado que não confirma nem desmente a morte do líder. "Esta (a Anncol) é a única fonte verdadeira. O secretariado das Farc não emitiu nenhum comunicado a respeito (da morte). Mas, se morreu, sua passagem não terá sido estéril pela pátria grande de (Simón) Bolívar", dizia a nota. Tirofijo comanda as Farc há mais de quatro décadas (mais informações na página seguinte). A última vez que ele foi visto em público foi durante as frustradas negociações de paz com o governo do presidente Andrés Pastrana (1998-2002). Nos últimos anos, a Colômbia chegou a anunciar, erroneamente, várias vezes a morte do guerrilheiro. Santos acrescentou que a liderança máxima das Farc deve ser assumida agora por Alfonso Cano, responsável pela estratégia política da guerrilha e fundador do partido clandestino Movimento Bolivariano. O secretariado das Farc é formado por sete comandantes. REFÉNS Após anos de violência e impasse nas negociações com o governo, as Farc libertaram neste ano seis reféns políticos, com a mediação do presidente venezuelano, Hugo Chávez. Em Caracas e Bogotá, circulavam rumores de que Tirofijo teria recebido abrigo de Chávez e - com a saúde abalada - estaria sob a proteção de militares venezuelanos em algum lugar perto da fronteira com a Colômbia. A versão de que o governo do presidente colombiano, Álvaro Uribe, vinha buscando implacavelmente eliminar os líderes da guerrilha ganhou força em 1º de março, quando aviões ê soldados da Colômbia mataram, em território do Equador, o "número 2" das Farc, Raúl Reyes. A ofensiva abriu uma grave crise política entre Colômbia e Equador. AP, REUTERS E EFE

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