Colômbia: camponeses denunciam novo massacre

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Por Agencia Estado
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Um grupo guerrilheiro das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) foi acusado hoje do massacre de 15 camponeses no sul do país, entre eles, dois equatorianos. Moradores da zona rural de La Hormiga, no departamento de Putumayo, onde existem grandes plantações de coca, disseram que, na sexta-feira, cerca de 70 homens das Farc executaram seis pessoas em dois lugares diferentes. Os camponeses informaram ainda à rede de televisão RCN que os guerrilheiros levaram oito menores e mataram outras nove pessoas, cujos cadáveres estavam "monte adentro", disse uma das testemunhas. As Farc têm amplo domínio nessa região produtora de coca, também disputada por grupos paramilitares. O comandante da 24ª Brigada do Exército, general José Antonio Ladrón, disse que, quando souberam do ataque suas tropas, "prepararam-se para assumir o controle da zona". Uma das testemunhas, que não se identificou, disse que os guerrilheiros deram meia hora à população para sair da região. Pelo menos 250 pessoas atenderam à determinação, segundo a testemunha. Mais de 320 massacres foram cometidos no ano passado na Colômbia, com cerca de 1.400 mortos, pelos diferentes grupos armados colombianos - guerrilhas esquerdistas e grupos paramilitares de direita -, segundo a Defensoria do Povo. Na sexta-feira à noite, o presidente Andrés Pastrana, após chegar a um acordo com o líder das Farc, Manuel Marulanda, o "Tirofijo", para retomar o diálogo de paz, anunciou uma prorrogação de oito meses do controle guerrilheiro sobre uma grande área (42 mil quilômetros quadrados) no sul da Colômbia, região já conhecida como Farclândia, onde estão ocorrendo negociações para a solução do conflito, que já dura quatro décadas.

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