Colômbia congela diálogos de paz com ELN após atentados

Presidente Juan Manuel Santos diz que quinto ciclo de discussões, previsto para os próximos dias em Quito, no Equador, foi suspenso até que a guerrilha 'tenha coerência entre suas palavras e suas ações'

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BOGOTÁ - O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, congelou nesta segunda-feira, 29, os diálogos de paz com o Exército de Libertação Nacional (ELN) realizados em Quito, após os atentados da guerrilha que deixaram sete policiais mortos e dezenas de feridos no fim de semana.

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"Tomei a decisão de suspender o estabelecimento do quinto ciclo de discussões que estava previsto para os próximos dias, enquanto não houver coerência por parte do ELN entre suas palavras e suas ações", afirmou Santos em uma declaração pública em La Palma, no centro do país.

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos (de costas) visita um dos policiais feridos em atentado da guerrilha Exército de Libertação Nacional Foto: EFE/JORGE PAYARES

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Ao mesmo tempo, Santos ordenou que a força pública atue "com a máxima determinação" contra o grupo rebelde.

O presidente, que deixará o poder em agosto, tenta desde fevereiro chegar a um pacto de paz com o ELN semelhante ao alcançado com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), ex-guerrilha que se transformou em partido político.

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No entanto, o diálogo que ocorre na capital equatoriana com o ELN foi suspenso em 10 de janeiro, após uma ofensiva lançada pelos rebeldes ao final de uma trégua bilateral. O início da quinta rodada de negociações estava agendado para esse dia.

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As forças oficiais responderam com ações que deixaram dezenas de mortos e capturados.

Durante o fim de semana, um comando urbano atacou uma delegacia de polícia na cidade de Barranquilla com explosivos, matando cinco agentes e ferindo outros 41, reconheceu a organização armada.

O governo também culpou a guerrilha por outros dois ataques contra postos policiais que elevaram a 7 o número de mortos e a 47 o de feridos.

"O quinto ciclo de negociações vai acontecer quando o ELN tornar seu comportamento compatível com a demanda por paz do povo colombiano e da comunidade internacional", disse Santos, assegurando que, enquanto isso, continuará a "combater o terrorismo com toda a força, como se não houvesse negociações de paz" e ele negociará "como se não houvesse terrorismo". / AFP e EFE

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