BOGOTÁ - A chanceler da Colômbia, María Ángela Holguín, afirmou na terça-feira no Congresso do país que, no último ano, a Venezuela não cooperou com a Colômbia para combater os crimes na fronteira, que teve vários trechos fechados por ordem do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Durante um pronunciamento na Câmara dos Representantes, a ministra colombiana destacou que buscou a cooperação da Venezuela para combater o contrabando, o narcotráfico e os grupos armados que estão na fronteira, mas que "este último ano, foi um ano perdido".
"Tivemos 17 reuniões às quais a Venezuela não estipulou uma data", disse a titular de Relações Exteriores.
María Ángela detalhou que esse foi um dos temas tratados esta semana em Quito, na reunião entre os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, e da Venezuela, Nicolás Maduro, na qual acordaram o retorno de seus embaixadores e a abertura de uma investigação sobre a situação da fronteira comum, entre outras medidas, para solucionar a crise.
A chanceler ainda assinalou que a Colômbia pediu ao governo da Venezuela que investigasse as mortes de dois indígenas Wayúu colombianos ocorridas em território venezuelano.
"O que nos informam 'a priori' é que o incidente ocorreu no lado venezuelano, por isso pedimos ao cônsul de Maracaibo e às autoridades (da Venezuela) uma investigação", afirmou a chanceler.
"Reforçamos (o pedido) ao presidente Maduro ontem (segunda-feira); sabemos e temos certeza que os indígenas estão em ambos os lados da fronteira, para eles não existe essa fronteira", acrescentou María Ángela.
A comunidade indígena Wayúu da Colômbia denunciou no domingo que supostos integrantes da Guarda Nacional da Venezuela assassinaram dois membros de sua etnia no lado venezuelano da fronteira.
A crise fronteiriça começou no dia 19 de agosto com o fechamento da principal passagem fronteiriça, entre a cidade colombiana de Cúcuta e as venezuelanas de San Antonio e Ureña. O bloqueio foi ordenado por Maduro, que defendeu sua decisão com o argumento de que estava combatendo o contrabando e supostos paramilitares. /EFE