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Colômbia e Farc devem anunciar acordo de paz nesta quarta-feira

Equipes negociadoras concluíram discussões sobre pendências em pontos que restavam, informaram fontes do governo colombiano

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Por Redação
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BOGOTÁ - O governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) vão anunciar nesta quarta-feira, 24, que chegaram a um acordo de paz definitivo, disseram três autoridades ligadas à equipe de negociação do governo. Um dia antes, as equipes negociadoras terminaram de discutir os últimos pontos que estavam pendentes.

O acordo tem como meta encerrar meio século de conflito que deixou mais de 220 mil mortos e milhões de deslocados internos. "Estamos diante de um acordo iminente para encerrar as negociações", disse uma das fontes, acrescentando que não está claro em que momento o anúncio será feito. "Provavelmente será ao anoitecer. Os temas principais foram finalizados".

O presidente Juan Manuel Santos (E) cumprimenta o líder das Farc, Timoleón Jimenez, conhecido como 'Timochenko', ao lado do presidente cubano, Raúl Castro Foto: AFP PHOTO / ADALBERTO ROQUE

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"O dia está chegando... Estamos caminhando para a paz", diz uma mensagem publicada pelo Escritório do Alto Comissariado de Paz em sua conta no Twitter, acompanhado por uma fotografia dos negociadores das duas partes sorrindo. As equipes, reforçadas pelo Governo com vários ministros, estão reunidas desde a semana passada em Havana para fechar questões que ficaram pendentes dos cinco pontos da agenda de diálogos.

Mais cedo na terça-feira, o líder das Farc, Timoleón Jiménez, conhecido como Timochenko, tuitou: "Estamos às portas de anúncios importantes que nos deixam perto de um acordo final".

O pacto histórico prevê a desmobilização das guerrilhas, a reintegração dos guerrilheiros à sociedade civil e sua participação na política.

Viagem. Nos últimos dias, a imprensa colombiana citou a possibilidade de o presidente Juan Manuel Santos viajar nesta quarta a Cuba com o objetivo de fazer o anúncio oficial, tal como fez quando concluiu o ponto do acordo de justiça, em setembro do ano passado, e para a assinatura do Fim do Conflito, no mês de junho, dois fatos importantes da agenda de negociação. A presidência da Colômbia não confirmou, por enquanto, a viagem de Santos para a capital cubana.

Obtido após quase quatro anos de conversas em Havana, o acordo ainda precisará ser assinado e votado em um referendo, no qual a população decidirá se aceita ou rejeita o pacto. A maioria das pesquisas de opinião indica que os colombianos devem endossá-lo. Segundo a lei colombiana estabeleceu, uma vez fechados, os textos serão enviados ao Congresso para a realização da consulta.

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A paz com as Farc não garante o fim da violência na Colômbia. As conversas do governo com outro grupo guerrilehrio, o Exército de Libertação Nacional (ELN), estão paradas e há relatos de que gangues derivadas de grupos paramilitares de direita assumiram algumas rotas do narcotráfico. /EFE e REUTERS

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