06 de maio de 2015 | 15h14
HAVANA - Generais colombianos e guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) iniciaram nesta quarta-feira, 6, uma série de reuniões com duração de três dias para desenhar o fim do conflito armado no país. Ao mesmo tempo, negociações ocorrem em paralelo sobre a reparação das vítimas do conflito.
"Iniciamos hoje os três dias de encontros com o comitê do fim do conflito", afirmou uma fonte do governo colombiano em Havana, onde são realizadas as negociações de paz desde novembro de 2012. A intenção é abordar a questão do desarmamento.
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O general Javier Flórez, chefe militar da equipe, chegou ao Palácio de Convenções de Havana nesta quarta, acompanhado de outros representantes do governo colombiano. O chefe da equipe de guerrilheiros que participará dessas reuniões é Carlos Antonio Lozada.
Segundo a fonte do governo, a equipe que preparava os protocolos para iniciar a limpeza dos campos minados encerrou a sessão de trabalhos, que também teve duração de três dias. A retirada das minas ocorrerá com o auxílio de uma agência norueguesa especializada.
"Os comitês (de desarmamento e de remoção de minas) são os que mais avançaram nas últimas semanas de diálogos", afirmou a fonte.
Vítimas. A discussão sobre a reparação das vítimas já dura nove meses e é considerada a mais difícil para se chegar a um acordo. O tema que causa discordância é a "justiça transicional" pois as Farc se negam a fechar um acordo que preveja pena de prisão para guerrilheiros, disseram fontes dos dois lados da negociação.
No entanto, nesta quarta, negociadores das Farc disseram acreditar que existem "bases suficientes para materializar o acordo" sobre as vítimas, quinto ponto da agenda de conversas de paz.
Os negociadores da guerrilha afirmaram ter apresentado 140 propostas sobre o ponto após a participação de cinco grupos de vítimas nos diálogos. "Continuamos esperando que o governo nos mostre o seu conjunto de propostas", afirmou o guerrilheiro Rodrigo Granda, lendo um comunicado das Farc.
O conflito armado na Colômbia deixou 220 mil mortos e 5,5 milhões de deslocados em mais de cinquenta anos, segundo dados oficiais. O governo e as Farc já assinaram três acordos parciais: sobre a questão da terra e o desenvolvimento rural, a participação política das Farc e a questão das drogas e o narcotráfico. /AFP e EFE
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