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Colômbia e Palestina esperam solidariedade internacional

Por Agencia Estado
Atualização:

Colômbia e Palestina esperam ajuda do mundo para alcançar a paz em seus territórios. Os apelos foram feitos nas duas Conferências Para a Paz de ontem, no Fórum Social Mundial, ao mesmo tempo em que, em outro auditório do Centro de Eventos da PUC, a Assembléia Pública Mundial do Orçamento Participativo Sobre os Gastos de Guerra iniciava os debates e a votação sobre qual o melhor destino que poderia ser dado aos US$ 780 bilhões de dólares gastos em guerras a cada ano. "Os palestinos estão tragicamente sós", reclamou Michael Warshawsky, do Centro de Informação Israel - Palestina, palestrante da sessão que discutiu a paz no Oriente Médio, coordenada por Rigoberto Menchu Tum, prêmio Nobel da Paz de 1992. "Eles não pedem dinheiro, nem armas, nem ataques a Tel Aviv, mas querem a proteção da comunidade internacional", relatou. Warshawsky disse ainda que as conversações com com os judeus devem passar pelo reconhecimento das fronteiras anteriores à guerra de 1967, retirada dos territórios ocupados e liberdade total nos territórios palestinos, inclusive Jerusalém Oriental, sob supervisão de diversos países e não só dos Estados Unidos, que, segundo o palestrante, consideram Israel um de seus estados e, por este raciocínio, não seriam neutros para tratar do assunto. O discurso é semelhante ao de alguns delegados de sindicatos e organizações não-governamentais colombianas, que consideram o país esquecido da opinião pública internacional e insistem em convidar a comunidade mundial a uma análise profunda das razões da violência, necessária em um eventual processo de negociação de paz assistida por mediadores externos. Héctor Hernán Mondragón Baez, do Conselho Nacional Camponês, diz que o latifúndio e a falta de reforma agrária estão entre os motivos da insatisfação popular. Mas também critica os métodos de uma das organizações que se insurgiram contra isso, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbias (Farc), que "não respeitam o direito internacional humanitário". Gastos de guerra - A Assembléia Pública Mundial do Orçamento Participativo Sobre os Gastos de Guerra realizou-se a partir de um dado apresentado pelo francês Claude Serfati, da Universidade de Saint-Quentin-em-Yvelines, de que o mundo gasta US$ 780 bilhões por ano em armamentos. Cerca de duas mil pessoas assistiram a defesa de diversos destinos que poderiam ser dados a este dinheiro, entre os quais a eliminação da fome, a atenção às vítimas da guerra, a erradicação do analfabetismo e a eliminação do trabalho infantil. Os organizadores espalharam urnas em diversos locais da cidade. Os participantes do fórum podem votar até o final desta segunda-feira. O resultado será apresentando no ato de encerramento do Fórum Social Mundial, nesta terça-feira.

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