Colorados decidem que Macchi fica no poder

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Por Agencia Estado
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O presidente do Partido Colorado, governista, decidiu nesta quinta-feira em favor da continuidade na presidência do Paraguai de Luis González Macchi - com o que evitará sua eventual destituição através de um julgamento político que deverá iniciar-se nas próximas semanas. Nicanor Duarte, presidente do partido e virtual candidato à Presidência por seu partido nas eleições de 27 de abril, disse nesta quinta-feira à Rádio Mil que "não tem sentido realizar um julgamento político sem que antes tenha sido designado o novo vice-presidente". A vice-presidência do país ficou vaga em 18 de outubro, quando Julio César Franco renunciou ao cargo para lutar por sua indicação à Presidência pelo seu partido, o Liberal Radical Autêntico (PLRA) - o que conseguiu. "Faltam quatro meses para as eleições nacionais, por isso não estamos interessados em deixar o país sem presidente em caso de uma destituição", esclareceu Duarte. Destacou que nem mesmo os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, Juan Carlos Galaverna e Oscar González, respectivamente, têm interesse em ocupar o palácio do governo, no caso de Macchi ser destituído, porque em abril concorrerão a uma cadeira no Senado. Ambos os legisladores, segundo a Constituição paraguaia, encontram-se na linha de sucessão presidencial em caso de destituição do presidente ou acefalia no governo. Duarte revelou que, eventualmente, se ganhar as eleições de abril, poderia começar a dialogar com diferentes setores políticos sobre a possibilidade de antecipar a entrega do poder - o que pela Constituição deveria ocorrer apenas em 15 de agosto. Por sua vez, o PLRA, principal agremiação política de oposição, tentará forçar a destituição de González Macchi e a imediata designação do deputado Luis Ferrás como vice-presidente para que assuma interinamente o cargo até 15 de agosto. González Macchi, de 53 anos, foi acusado pela Câmara de Deputados de mau desempenho de suas funções desde março de 1999 até novembro último. Entre as principais acusações, estão a aquisição de um automóvel de luxo que entrou no Paraguai como contrabando e o desvio de cerca de US$ 16 milhões do Banco Central paraguaio para o Citibank de Nova York em uma operação denominada "investimento de alto risco".

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