Columbine é o paradigma dos massacres escolares

Assassinato de mais de 30 na Virgínia traz à lembrança massacre cometido por adolescentes em 1999; caso mergulhou EUA em debate sobre a violência

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Por Agencia Estado
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O massacre da Virginia Tech trouxe novamente à lembrança dos americanos aquele que é considerado o paradigma desse tipo de crime: a tragédia de Columbine. Em 20 de abril de 1999, dois estudantes mataram 12 alunos e um professor e se suicidaram naquela escola do Colorado, mergulhando os EUA num intenso debate sobre a violência, em diversos níveis - legais, sociais e culturais. Os assassinos, Eric Harris e Dylan Klebold, tiveram fácil acesso às armas usadas no crime. Como o direito de ter armas é uma garantia constitucional nos EUA, pode-se imaginar o dilema em que o país entrou diante do massacre. A questão foi abordada por Michael Moore no documentário Tiros em Columbine, que ganhou o Oscar em 2002 e faz dura crítica ao poderoso lobby das armas e ao clima de violência nos EUA - que funcionaria, na sua opinião, quase como uma segunda natureza dos americanos. Além disso, acredita-se que Harris e Klebold tenham sido motivados também por um ambiente de agressividade próprio das escolas dos EUA. O clima ultra-competitivo, de desprezo e de deslocamento entre os estudantes foi apontado como um dos elementos fundamentais para que o crime se desenhasse. Essa cultura é retratada no violento filme Elefante, do holandês Gus Van Sant, vencedor da Palma de Ouro em Cannes. Houve tentativas de encontrar respostas rápidas e lógicas para o caso, como o fato de os assassinos admirarem Hitler e estarem expostos a produtos de consumo caracterizados pela violência, como filmes e músicas pesadas. Mas a complexidade do crime logo tornou essas soluções evidentemente simples demais e mostrou que talvez a resposta verdadeira esteja na vida íntima de cada um desses garotos.

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