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Colunista revela que assessor presidencial identificou agente da CIA

Novak revelou em julho de 2003 que Plame era agente da CIA, abrindo caminho para uma investigação contra o chefe de gabinete do vice-presidente americano

Por Agencia Estado
Atualização:

O colunista Robert Novak revelou que o assessor presidencial Karl Rove foi a fonte confirmadora de seu artigo que divulgou a identidade de uma agente da CIA, em meio a denúncias de que o governo difundiu o nome da espiã como represália porque seu marido havia criticado a guerra no Iraque. Em sua coluna desta quarta-feira, Novak revelou sua versão do caso, escrevendo que Rove foi a fonte para confirmar os detalhes da história na qual foi divulgado o nome da agente da CIA, Valerie Plame. Os críticos do governo sustentam que foi uma represália contra o marido de Plame, o ex-embaixador Joseph Wilson, que foi enviado pelo governo para a África com a intenção de investigar as afirmações de que Saddam Hussein buscava naquela região material para fabricar bombas nucleares. Wilson, um respeitado diplomata, voltou da viagem afirmando que as informações eram falsas. O colunista disse que soube do emprego de Plame na CIA por uma fonte que ainda se nega a identificar, mas agora garante que confirmou a informação com Rove e com o então porta-voz da CIA, Bill Harlow. Novak revelou ainda que os promotores que investigam o vazamento da identidade de Valerie Plame já conheciam o nome de suas fontes. O colunista se incorpora de maneira tardia ao caso Valerie Plame, muito depois de outros jornalistas revelarem a participação de Rove e do chefe de gabinete do vice-presidente Dick Cheney, I.Lewis Libby. Novak disse que se calou a pedido dos promotores. Há cerca de um mês, o promotor especial Patrick Fitzgerald disse que ainda não pretendia formular uma acusação contra Rove. Novak escreveu que recentemente Fitzgerald disse a seu advogado que as investigações haviam terminado no que dizia respeito à participação do colunista, e que por isso ficava à vontade para falar no assunto. Novak revelou em julho de 2003 que Plame era agente da CIA, abrindo caminho para uma investigação criminal que resultou em acusações de perjúrio e obstrução contra Libby. Seu posterior silêncio em relação às fontes serviu para proteger a Casa Branca durante a campanha presidencial de 2004.

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