09 de março de 2012 | 03h07
O Conselho Executivo da Unesco aprovou ontem, em Paris, a criação do Prêmio Unesco-Guiné Equatorial, uma nova distinção sobre a pesquisa em ciências da vida. O prêmio provoca polêmica entre organizações não governamentais porque é financiado com dinheiro público pelo ditador do país, Obiang Nguema Mbasogo.
No poder há três décadas, ele originalmente emprestaria seu nome à distinção. Ao lado da Síria, de Cuba, da Rússia e das nações africanas, o Brasil apoiou a medida, que leva aos cofres da organização US$ 3 milhões.
A sessão ocorreu na sede da Unesco, em Paris. A decisão deveria ter sido anunciada na quarta-feira à noite, mas foi adiada para que novas negociações fossem feitas nos bastidores. O resultado final saiu no início da noite de ontem: 33 votos a favor, 18 contra e sete abstenções.
"Houve uma série de mal-entendidos sobre questões jurídicas e sobre o financiamento do prêmio", disse ao Estado a embaixadora Maria Laura da Rocha, delegada permanente do Brasil junto à Unesco. "Analisamos em detalhes os documentos e entendemos que não há nada que impeça que o prêmio seja entregue." EUA e países da União Europeia, como Espanha e Grã-Bretanha votaram contra a criação do prêmio.
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