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Com leis duras, EUA têm maior número de presos do mundo

Mais pessoas estão atrás das grades nos EUA do que em qualquer país do mundo. A China está em segundo lugar, seguida da Rússia

Por Agencia Estado
Atualização:

Leis duras, números recordes de condenados por envolvimento com drogas e índices criminais elevados têm contribuído para que os Estados Unidos tenham a maior população carcerária e maior taxa de encarceramento do mundo, de acordo com especialistas em justiça criminal. Um relatório do Departamento de Justiça norte-americano divulgado em 30 de novembro mostrou que um recorde de 7 milhões de pessoas - ou um em cada 32 adultos - estavam atrás das grades ou em liberdade condicional ao final do ano passado. Desse total, 2,2 milhões estavam em prisões ou cadeias. De acordo com o Centro Internacional para Estudos Carcerários do King´s College, em Londres, mais pessoas estão atrás das grades nos Estados Unidos do que em qualquer país do mundo. A China está em segundo lugar com 1,5 milhão de prisioneiros, seguida da Rússia, com 870 mil. A taxa de encarceramento dos EUA de 737 por 100.000 pessoas é também a mais elevada, seguida de 611 na Rússia. Em contraste, a taxa de encarceramento em muitas nações industriais do Ocidente fica em torno de 100 por 100.000 pessoas. Grupos que defendem uma reforma da leis criminais nos EUA destacaram os últimos dados da população carcerária do país que mostram que a admissão de presidiários tem crescido mais rapidamente do que o número de prisioneiros soltos. "Os Estados Unidos têm 5 por cento da população mundial e 25 por cento da população carcerária. Estamos em primeiro lugar no mundo no aprisionamento de nossos cidadãos", afirmou Ethan Nadelmann, da Aliança Política de Drogas, que apóia alternativas na guerra contra as drogas. "Nós prendemos mais pessoas por violação a leis anti-drogas do que a Europa Ocidental, com uma população bem maior, prende por todas as ofensas." Criminosos de drogas representam cerca de 2 milhões dos 7 milhões que estão na prisão ou em liberdade condicional, afirmou Ryan King, analista de um grupo que advoga a reforma do sistema penal. Ele acrescentou que outros países muitas vezes priorizam o tratamento, ao invés do encarceramento. Para King, os dados mostram que muitos programas sociais, incluindo os que lidam com educação, pobreza, desenvolvimento urbano e saúde, falharam. "Há uma série de programas sociais que fracassaram. Há falhas sistêmicas ocorrendo", disse. "Muitas dessas pessoas então acabam no sistema de justiça criminal."

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