
14 de janeiro de 2014 | 15h17
LAGOS - Grupos locais e internacionais de combate à aids advertiram nesta terça-feira, 14, que a nova lei nigeriana que criminaliza o casamento entre pessoas do mesmo sexo e associações de defesa dos direitos dos homossexuais vai colocar em risco a luta contra a doença.
Ativistas de direitos humanos informaram que dezenas de homossexuais homens foram presos no norte da Nigéria em uma aparente resposta à lei. Estados Unidos, Grã-Bretanha e Canadá condenaram a proibição
O secretário de Estado dos EUA afirmou ontem que esta é uma "perigosa restrição à liberdade" de expressão e associação de todos os nigerianos.
A lei foi promulgada pelo presidente nigeriano no dia 7, mas a informação veio à tona apenas segunda-feira 13, depois que a Associated Press teve acesso a uma cópia do texto. A lei aprovada pelo Parlamento nigeriano em 17 de dezembro e que prevê penas que podem chegar a 14 anos de reclusão também não foi anunciada publicamente.
Agentes das ONU especialistas no combate à aids e do Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária demonstraram "profunda preocupação com a possibilidade de o acesso ao tratamento de HIV para homossexuais, bissexuais e outros ser severamente afetado pela lei na Nigéria".
O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) afirmou que a lei pode prejudicar a própria iniciativa do presidente Goodluck Jonathan iniciada há um ano para combater a doença.
Segundo o Unaids, a Nigéria é o segundo país do mundo com maior número de pessoas com HIV, tendo 3,4 milhões afetados pelo vírus./ AP
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