Com renúncia, gabinete palestino agradou Israel

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Por Agencia Estado
Atualização:

A renúncia do gabinete de Yasser Arafat após uma queda de braço com o Parlamento pareceu agradar aos palestinos em geral. A maior parte dos ministros é considerada corrupta e ineficiente, mas os críticos de Arafat não dirigiram seus comentários ao líder palestino. A renúncia do gabinete foi um duro golpe contra o prestígio de Arafat. O líder palestino foi enfraquecido nos últimos meses devido à diminuição do apoio internacional, aos restritivos bloqueios israelenses e à insatisfação generalizada com seu governo. No entanto, as rusgas com o Parlamento não colocam diretamente em risco a sobrevivência política de Arafat, que parece preparado para concorrer à reeleição em janeiro ? e provavelmente vencer. Como parte da queda de braço com o Parlamento, na quarta-feira, o líder palestino estabeleceu 20 de janeiro de 2003 como data para as eleições presidenciais e parlamentares. No entanto, havia incertezas ainda hoje sobre se o pleito será mesmo realizado. Funcionários palestinos reclamam ser impossível realizar eleições em meio à ocupação israelense de territórios palestinos autônomos. Tayeb Abdel Rahim, um conselheiro de Arafat, reiterou nesta quinta-feira que, antes da votação, os soldados israelenses terão de recuar seus soldados às posições anteriores a 28 de setembro de 2000, quando teve o início o atual conflito palestino-israelense. A comunidade internacional "deveria agir imediatamente para garantir a retirada israelense", pediu hoje Abdel Rahim. Israel alega que "só poderá recuar seus soldados quando houver calma". "Deixem os palestinos pararem a atividade terrorista, pararem de apoiar o terror, e então eles poderão ter eleições", condicionou Raanan Gissin, um conselheiro do primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon. Hoje, o governo norte-americano manifestou-se satisfeito com a renúncia forçada do gabinete palestino. "Acreditamos que isto é um bom começo", disse uma fonte. Funcionários palestinos acusam os Estados Unidos de tentarem adiar a qualquer custo as eleições presidenciais com o objetivo de ganhar tempo para encontrar formas de excluir Arafat do processo político. Uma das propostas é permitir que um novo Parlamento eleito escolha um primeiro-ministro, obrigando Arafat a compartilhar o poder. O líder palestino resiste aos esforços para limitar sua autoridade.

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