Com tanques a 10 metros de distância, Arafat fala em martírio

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Por Agencia Estado
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Os tanques israelenses encontravam-se hoje a apenas dez metros do escritório do presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, praticamente em ruínas. Coberto de pó e isolado desde a quinta-feira à noite, Arafat declarou-se "disposto a morrer como um mártir" e assegurou que não se "renderá nunca", em uma conversa por telefone com o deputado árabe-israelense Ahmed Tibi. O ministro palestino de Finanças, Salam Fayad, disse por telefone a uma agência de notícias francesa que a "situação é muito tensa, difícil e grave". Segundo Fayad, "as escavadeiras continuam trabalhando e já tiraram todas as estruturas em volta do edifício". Ele disse que há cerca de 250 pessoas no prédio. As escavadeiras começaram hoje a destruir o heliponto do prédio do quartel-general de Arafat, de onde ele viajava de helicóptero para Gaza e recebia líderes mundiais, informou a rádio israelense. Israel diz que o objetivo do cerco a Arafat é isolá-lo e forçar a rendição de 20 suspeitos que estariam refugiados no prédio. Em um comunicado divulgado pela agência palestina Wafa, Arafat declarou: "Estamos prontos para a paz, mas não para a rendição. Não daremos Jerusalém e nem um só pedaço de nossa terra." Ele também pediu aos palestinos que contenham os ataques a Israel, pois o primeiro-ministro "Ariel Sharon os utiliza como desculpa para destruir a paz dos bravos". A organização Fatah, de Arafat, advertiu hoje que, se seu líder for atingido, "Israel não escapará dos ataque de seus heróis". O movimento islâmico Hamas também advertiu que "não ficará apenas olhando" a agressão aos palestinos e a Arafat.

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