PUBLICIDADE

Comandante colombiano nega ligação com paramilitares

Exército da Colômbia é acusado de colaborar com esquadrões de ultradireita, considerados grupos terroristas pelos Estados Unidos, disse jornal americano

Por Agencia Estado
Atualização:

O comandante do Exército colombiano, general Mario Montoya, negou nesta segunda-feira, 26, que tenha colaborado com esquadrões paramilitares de ultradireita, considerados grupos terroristas pelos Estados Unidos. A declaração foi dada um dia depois da publicação pelo Los Angeles Times de uma reportagem dizendo que a CIA obteve informações de que o militar colaborou amplamente com esses grupos armados ilegais, acusados de massacres contra milhares de civis em sua luta contra os rebeldes de esquerda. Criados para proteger proprietário de terra das guerrilhas marxistas, os grupos paramilitares são suspeitos também de manter relações com o narcotráfico. Montoya, que obteve grande destaque ao combater a guerrilha, disse ter a consciência tranqüila e estar disposto a comprovar sua inocência nos tribunais. "Tenham a certeza de que não devo absolutamente nada, que meu procedimento por todo esse tempo tem sido transparente, de acordo com as normas e as leis", disse ele a jornalistas. As acusações foram feitas em um momento em que a ajuda anual de US$ 700 milhões enviada pelos Estados Unidos à Colômbia para combater o narcotráfico está sendo questionada pela oposição democrata do Congresso norte. A Colômbia enfrenta uma das piores crises políticas de sua história recente. Oito parlamentares aliados do presidente Álvaro Uribe e um governador estão presos sob a acusação de terem apoiado os paramilitares. A investigação está revelando os vínculos de vários setores com esses esquadrões. Mais de 31 mil combatentes paramilitares se desmobilizaram dentro do acordo de paz fechado pelo governo, e os ex-comandantes dos grupos continuam presos, embora tenham suas sentenças drasticamente reduzidas se confessarem seus delitos. Com a confissão, a pena máxima é de oito anos de prisão. Segundo o Los Angeles Times, Montoya planejou uma operação conjunta com os paramilitares em 2002 para expulsar a guerrilha de um bairro pobre de Medellín. Na operação, 14 pessoas morreram e várias ficaram desaparecidas. "Essa operação foi limpa, e nos permitiu libertar toda a gente daquela comunidade do jugo a que estava submetida, e a partir daquele momento a cidade de Medellín se transformou em uma das cidades mais seguras do país", disse o comandante. A CIA procurou se afastar do escândalo, afirmando que o relatório que mencionava Montoya foi elaborado por outro serviço de inteligência, e continha "informação não confirmada". Porém, segundo o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Tom Casey, o governo Uribe estaria "trabalhando com empenho" para investigar este tema. Atualizado às 19:35

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.