Comandante militar e ministro afastados na Bolívia

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente em final de mandato da Bolívia, Eduardo Rodriguez, demitiu o comandante do Exército, general Marcelo Antezana, e aceitou a renúncia do ministro da Defesa, Gonzalo Mendez, devido à decisão de enviar 28 mísseis portáteis chineses para serem destruídos nos Estados Unidos. Pouco depois do anúncio do presidente, o general Antezana foi à tevê boliviana afirmar que Rodriguez "interpretou mal" seu papel na destruição dos mísseis em outubro, que levou o então candidato presidencial Evo Morales a acusá-los todos de traição à pátria. Morales - que venceu as eleições em dezembro e tomará posse no domingo - revelou a destruição dos mísseis pelos EUA e disse que a Bolívia havia ficado praticamente sem defesa aérea. Rodriguez alegou que tomou a decisão de destruir os mísseis por recomendação da Organização dos Estados Americanos (OEA) e das Nações Unidas, depois de receber informações do Exército de que os mísseis eram obsoletos e apresentavam um risco de segurança. O partido de Morales, Movimento Ao Socialismo, entrou com uma ação contra Rodriguez em outubro, afirmando que os mísseis estavam em condições de uso. Os EUA têm feito uma campanha para eliminar na América Latina armas portáteis que poderiam cair em mãos de terroristas. A agência de notícias do governo boliviano, ABI, divulgou que Rodriguez fará um pedido formal à Embaixada dos EUA para investigar seu papel no caso. Durante sua aparição na tevê, o general Antezana disse que os mísseis poderiam ter sido desativados em La Paz, mas "funcionários secundários na Embaixada dos EUA na Bolívia abusaram da confiança" de militares bolivianos e levaram os mísseis para uma base americana, a fim de destruí-los. Em outubro, o general havia dito que era o único responsável pela encaminhamento dos mísseis. Rodriguez disse que o comandante não respeitou "normas militares" quando publicou, no domingo, uma carta em vários jornais bolivianos, exigindo que o governo divulgasse em 48 horas o acordo sobre os mísseis assinado com Washington.

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