WASHINGTON - Um combatente do Estado Islâmico (EI), capturado pelas forças especiais dos EUA no Iraque na semana passada, é um especialista em armas químicas do grupo jihadista, revelaram oficiais americanos na quarta-feira.
A captura do combatente foi confirmada por um funcionário americano, e seu interrogatório produziu um "bom material". Segundo informações do jornal The New York Times, Afari teria dito aos seus captores que o EI conseguiu transformar gás mostarda em arma e colocá-lo em peças de artilharia.
O combatente foi capturado por forças especiais que o Pentágono enviou recentemente ao território iraquiano para realizar operações contra o EI. No momento, o homem está detido no Iraque, segundo um dos oficiais.
De acordo com a rede de televisão CNN, o Exército americano realizou ataques aéreos contra "objetivos que acredita serem fundamentais para o programa de armas químicas do EI".
A emissora NBC revela que funcionários da Defesa identificaram o prisioneiro como Suleiman Daud al Afari, um especialista em armas químicas e biológicas que no passado trabalhou para o regime iraquiano de Sadam Hussein.
O porta-voz do Pentágono, Jeff Davis, não confirmou a captura de um especialista do grupo jihadista em armas químicas, mas admitiu que "o EI utilizou armas químicas em várias ocasiões no Iraque e na Síria". “Esse é um grupo que não observa as normas internacionais.”
Fontes ligadas à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) confirmaram em fevereiro o emprego de gás mostarda contra combates no norte do Iraque em agosto, mas não culparam diretamente o EI. A organização também confirmou o uso de gás mostarda em 21 de agosto na cidade de Marea, na Síria.
Davis explicou que “em doses grandes” o gás mostarda “pode certamente matar”, e citou o caso de um bebê sírio que morreu em 2015 depois de um ataque químico do Estado Islâmico à sua casa no norte da Síria. /AFP