Tropas da Índia e do Paquistão trocaram disparos de artilharia desde a meia-noite desta segunda-feira na área fronteiriça da Caxemira, na cordilheira do Himalaia, que é disputada pelos dois países desde sua independência da Coroa Britânica, em 1947, e que já os levou à guerra em duas oportunidades. Os disparos mais violentos ocorreram nos setores de Pallanwalla, Naushera e Poonch. Dois soldados indianos morreram e pelo menos outros seis ficaram gravemente feridos nos combates. As hostilidades teriam sido iniciadas pelas tropas do Paquistão e levaram os habitantes da região a abandonarem o local. Antes, ainda no domingo, o Paquistão havia prendido o líder da organização islâmica Lashkar-i-Taiba, Hafiz Mohammed Saeed, acusado pela Índia de ajudar a perpetrar o atentado contra o Parlamento indiano no último dia 13 de dezembro, ocasião em que morreram 14 pessoas. A Índia acusa o Paquistão de treinar e armar aos rebeldes, o que já foi desmentido mais de uma vez pelo governo de Islamabad. O Paquistão, por sua vez, reivindica o direito de Jammu e Caxemira à autodeterminação, segundo estabelece uma resolução da ONU. No entanto, para Nova Délhi, a soberania indiana sobre a região é inquestionável. A Caxemira é um território de maioria muçulmana e guerrilheiros desta religião vêm lutando por sua independência ou anexação ao Paquistão desde 1989, uma insurreição que já reclamou ao menos 30 mil vidas.