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Combates matam 185 no Paquistão

Repressão a milícias pró-Taleban aumenta após vitória de Musharraf

Por EFE e REUTERS E AP
Atualização:

Miran Shah, Paquistão - O Exército paquistanês informou ontem que havia perdido o contato com cerca de 50 soldados do país durante os confrontos com milicianos talebans no Waziristão do Norte, perto da fronteira com o Afeganistão. Mais tarde, o comando militar informou que havia resgatado 25 soldados, mas que a outra metade havia morrido. A rede de TV britânica BBC informou que o número de mortos na região chegou a 185 - 130 militantes fundamentalistas, 45 soldados paquistaneses e 10 civis. A recente onda de violência começou assim que Pervez Musharraf venceu as eleições, realizadas no sábado, garantindo um mandato de cinco anos como presidente. Especialistas dizem que esse tipo de campanha militar, contra insurgentes na fronteira, são extremamente impopulares no país. A maioria dos paquistaneses encara essas missões como uma concessão de Islamabad às exigências dos EUA para reprimir as milícias talebans e os terroristas da Al-Qaeda, que se escondem na região. Ashfaq Kiyani, ex-chefe do serviço de inteligência do Paquistão, assumiu ontem o cargo de vice-comandante das Forças Armadas. De acordo com analistas, a nomeação de Kiyani, que foi indicado pelo presidente, seria o primeiro passo para que ele suceda o próprio Musharraf na chefia do Exército. O general Kiyani foi recebido pela guarda de honra no quartel-general das Forças Armadas, em Rawalpindi, para assumir o posto. Musharraf esteve ontem na província da Caxemira para as cerimônias que lembraram o aniversário do terremoto de 7 de outubro de 2005, que matou milhares de pessoas. Um dos três helicópteros que escoltaram o presidente caiu, matando quatro soldados que estavam a bordo. O porta-voz do presidente, Rashid Qureshi, teria se ferido no acidente. Embora ninguém tenha divulgado detalhes sobre a queda do helicóptero, a notícia da morte dos soldados foi confirmada por um funcionário do governo paquistanês e por um agente da inteligência. O porta-voz do Exército, Waheed Arshad, disse que Musharraf estava a salvo e que "chegou a seu destino", a cidade de Muzzafarabad, capital da Caxemira paquistanesa. "A causa do acidente foi um problema técnico", limitou-se a dizer o porta-voz.

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