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Começa julgamento de dois croatas por crimes contra muçulmanos

Desde abril deste ano, seis ex-altos funcionários bósnio-croatas são processados no Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia

Por Agencia Estado
Atualização:

O julgamento de dois bósnio-croatas acusados de crimes de guerra cometidos entre 1992 e 1994 contra bósnios muçulmanos no campo de prisioneiros de Heliodrom, no sul da Bósnia, começou nesta terça-feira em um Tribunal de Mostar. Miroslav Marjanovic e Ante Buhovac, que foram guardas do campo e soldados do Conselho de Defesa Croata (HVO), o corpo militar dos bósnio-croatas, são acusados de torturas, detenções ilegais e outros crimes. No campo de Heliodrom, nas imediações de Mostar, foram detidos milhares de bósnios muçulmanos em condições desumanas, entre o fim de 1992 e abril de 1994. Alguns detidos foram torturados e assassinatos, enquanto outros foram usados como escudos humanos nos combates entre unidades croatas e muçulmanas na região. Desde abril deste ano, seis ex-altos funcionários bósnio-croatas são processados no Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII) em Haia. Entre os acusados se encontra o ex-líder do governo ilegal croata na Bósnia, Jadranko Prlic, que é acusado de ter cometido crimes contra bósnios muçulmanos em Herzegovina, incluindo torturas e assassinatos. Herzegovina, habitada em sua maioria por bósnio-croatas e muçulmanos, foi em 1993 e 1994 palco de violentos confrontos entre estes dois grupos étnicos, que na realidade lutavam juntos contra os sérvios. Com 48% da população, os muçulmanos são o grupo étnico mais numeroso na Bósnia, seguido pelos sérvios, com 37%, e os croatas, com 14%.

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