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Começou a decadência do império americano, afirma italiano

Por Agencia Estado
Atualização:

O sociólogo italiano Domenico de Masi, autor dos best sellers "O Ócio Criativo e A Emoção e a Regra", disse hoje que o papel dos países pobres passou a ser mais importante a partir de 11 de setembro, quando os Estados Unidos foram atingidos por ataques terroristas em Nova York e em Washington. "Por enquanto, pelo menos, os ricos entenderam que não podem aumentar infinitamente a diferença entre ricos e pobres." Segundo o sociólogo, "em 11 de setembro começou a decadência do império americano e a ascendência dos bárbaros". Ele explicou que se referia a bárbaros não no sentido de terroristas, mas dos países pobres fora do império. "Os bárbaros são o futuro, sempre foram o futuro, desde o Império Romano." Domenico observou que até o início de setembro todas as guerras haviam começado com ataques de ricos contra pobres. "Essa é a primeira em que pobres atacam ricos." O intelectual italiano observa também que, os ataques aos Estados Unidos tiveram a conseqüência de informar melhor os países ocidentais e ricos. "Todo o mundo rico aprendeu onde está o Afeganistão, com quem faz fronteira, quantos são os muçulmanos no mundo, o que é o Islã e o que é o Corão", afirmou. Para ele, com a crise mundial aprofundada pelos ataques terroristas de 11 de setembro, "o ócio criativo é cada vez mais importante porque sairão da crise mais rápido os que tiverem criatividade". No seu entender, o que caracteriza a sociedade pós-industrial é a síntese de trabalho, estudo e jogo na mesma atividade, o que ele chama de ócio criativo. Domenico de Masi disse que os italianos do sul e os brasileiros em geral têm mais facilidade para a sociedade pós-industrial que os americanos e europeus de áreas muito industrializadas. "Os americanos e europeus que separam há 200 anos o tempo do trabalho do tempo de estudar e do tempo do jogo tem dificuldade para o ócio criativo", disse. "Os brasileiros fazem essa síntese mais facilmente, com exceção de gerentes americanizados: estes trabalham entristecidos", disse. Leia o especial

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