
02 de novembro de 2009 | 09h45
A Comissão Eleitoral Independente do Afeganistão anunciou nesta segunda-feira, 2, o cancelamento do segundo turno das eleições presidenciais após a desistência do candidato opositor, o ex-chanceler Abdullah Abdullah, e declarou que o atual presidente, Hamid Karzai, continuará no cargo.
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"Declaramos o honorável Hamid Karzai como presidente porque ele venceu o primeiro turno e é candidato único no segundo", anunciou a comissão em comunicado.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, disse nesta segunda-feira, 2, que iria respeitar e apoiar qualquer decisão sobre a eleição. Ban se encontrou em Cabul com Hamid Karzai e Abdullah Abdullah. "Continuaremos a apoiar o povo afegão em sua busca por prosperidade e paz", disse o secretário-geral.
EUA
A administração de Obama, que aguarda a eleição de um governo que tenha legitimidade no Afeganistão para definir sua estratégia na guerra que empenha naquele país, rapidamente emitiu seu apoio à decisão e felicitações ao presidente Karzai.
"Nós congratulamos o presidente Karzai pela sua vitória nesta eleição histórica e aguradmos para poder trabalhar junto com ele, para realizar reformas e melhorar a segurança", declarou por meio de nota a embaixada dos EUA.
Legitimidade
A Casa Branca anunciou que considera "legítima" a reeleição de Karzai e, segundo informações do governo, Obama pressionou Karzai a governar de forma mais consistente que em seu primeiro mandato e fiscalizar mais a corrupção após uma eleição "atrapalhada". O presidente dos EUA também disse ao afegão que quer ver ações e que monitorará a situação no país para assegurar que o Afeganistão tenha progressos.
Reconhecendo a vitória de Karzai, o governo americano comentou o motivo da retirada do candidato de oposição da disputa. "Não sei como se pode assumir que vai acontecer algo antes que aconteça", disse em entrevista coletiva o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, já que Abdullah havia anunciado que não participaria do segundo turno por acreditar que não havia condições seguras o suficiente para realizá-lo.
Gibbs ressaltou que Abdullah decidiu não participar "por razões pessoais e políticas", e disse que isso não tira a validade do processo. Karzai "é o líder legítimo do país" e "não há razão" para pensar que os afegãos colocarão isso em dúvida, explicou o porta-voz, que antecipou que informará publicamente sobre a ligação de Obama para Karzai quando ela acontecer.
(Com Associated Press e Efe - atualizado às 18h00)
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