09 de dezembro de 2010 | 17h12
Pillay disse que, vistas em conjunto, as medidas podem ser interpretadas como uma tentativa de evitar que o WikiLeaks faça suas revelações, o que é uma violação da liberdade de expressão.
Embora não esteja claro quem está por trás dos ataques e contra-ataques digitais, eles geraram preocupações sobre a necessidade de que os países protejam o direito ao livre compartilhamento de informações, conforme prevê o direito internacional, disse a jurista sul-africana.
"Estou preocupado com os relatos sobre a pressão sendo exercida sobre empresas privadas, inclusive bancos, empresas de cartões de crédito e provedores de Internet, para fecharem as linhas de crédito pra donativos ao WikiLeaks, bem como pararem de hospedar o site", disse ela a jornalistas.
"Se o WikiLeaks cometeu algum ato ilegal reconhecível, isso precisa ser tratado por meio do sistema judicial, e não por meio de pressão e intimidação, inclusive contra terceiros."
O WikiLeaks irritou os EUA e outras autoridades ao começar a divulgar detalhes sobre 250 mil comunicações diplomáticas confidenciais norte-americanas.
"O caso desperta questões complexas de direitos humanos a respeito do equilíbrio entre liberdade de informação, o direito das pessoas a saberem, e a necessidade de proteger a segurança nacional ou a ordem pública. Esse equilíbrio é difícil."
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