PUBLICIDADE

Comitê da ONU condena Síria e Irã por abuso de direitos humanos

Por LOUIS CHARBONNEAU
Atualização:

Um comitê da Assembleia Geral da ONU condenou nesta terça-feira a Síria e o Irã por abusos generalizados de direitos humanos, mas ambos os países classificaram as votações separadas como politicamente motivadas. O projeto de resolução sobre a Síria, da autoria de Catar, Arábia Saudita, Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e outros países árabes e ocidentais, recebeu 132 votos a favor, 12 contra e 35 abstenções. No ano passado, uma resolução semelhante recebeu 10 votos favoráveis a menos. A resolução sobre o Irã, apresentada pelo Canadá e por outros países ocidentais, recebeu 83 votos a favor, 31 contra e 68 abstenções. O número maior de votos favoráveis para ambas as resoluções mostra um menor apoio a Teerã e Damasco em Nova York, disseram diplomatas. Ambas as resoluções foram aprovadas pelo Terceiro Comitê da Assembleia Geral de 193 nações, que mantém seu foco em questões de direitos humanos, e serão colocadas para votações formais no plenário no mês que vem. A expectativa é de que sejam aprovadas com margens similares de votos. O embaixador sírio da ONU, Bashar Ja'afari, rejeitou a resolução contra o seu país como uma tentativa dos "países ocidentais para interferir, e nós condenamos isso." A resolução contra a Síria diz que a assembleia da ONU "condena veementemente as contínuas violações generalizadas e sistemáticas dos direitos humanos e das liberdades fundamentais por parte das autoridades sírias e da milícia 'shabiha' controlada pelo governo". O representante iraniano, Mohammad Khazaee, também rejeitou o documento contra Teerã e disse que se baseava em alegações não confirmadas, além de ser uma tentativa de se intrometer em assuntos internos de seu país. A resolução sobre o Irã expressou "profunda preocupação com violações contínuas e recorrentes dos direitos humanos na República Islâmica do Irã relativas, nomeadamente, a tortura e tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes, incluindo chicotadas e amputações". O documento também criticou a "contínua alta frequência alarmante da imposição da pena de morte (no Irã) na ausência de garantias internacionalmente reconhecidas, incluindo um aumento no número de execuções públicas". Mais cedo nesta terça-feira, o comitê adotou uma resolução que condena abusos de direitos humanos na Coreia do Norte.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.