Comitê nos EUA aprova novo embaixador para o Brasil

Republicano ameaça atrasar votação no Senado por polêmica sobre tarifa cobrada sobre etanol brasileiro

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Por Bruno Accorsi
Atualização:

O Comitê de Relações Exteriores do Senado americano aprovou, nesta terça-feira, as indicações de Thomas Shannon como embaixador dos Estados Unidos no Brasil e de Arturo Valenzuela, que sucederá a Shannon, como secretário-assistente para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado, o mais alto representante da diplomacia americana para a América Latina. Ao todo, 14 senadores votaram a favor do nome de Shannon, quatro votaram contra e houve uma abstenção. Com a aprovação de Shannon pelo Comitê, seu nome iria automaticamente para votação no plenário, o que provavelmente ocorreria na semana que vem. Mas o veterano senador republicano Charles Grassley ameaçou atrasar a confirmação, devido à defesa feita por Shannon do fim da cobrança da tarifa de US$ 0,54 sobre o etanol brasileiro que é exportado para os Estados Unidos. Atraso Na última quarta-feira, durante a sabatina no Senado, Shannon afirmou julgar que a derrubada da tarifa ''seria benéfica para os Estados Unidos e para o Brasil, mas reconheço que no Congresso há outras visões''.

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Ainda na semana passada, outro senador republicano, Jim DeMint, representante da Carolina do Sul, provocou o adiamento da aprovação dos nomes de Shannon e de Valenzuela. O adiamento se deu porque DeMint criticou a postura do governo do presidente Barack Obama, de haver condenado a deposição do presidente de Honduras, Manuel Zelaya, e a administração interina que se instaurou no país centro-americano. Pelas regras do Senado, um senador pode atrasar a votação em plenário até que sejam analisadas todas as restrições expressas por ele ou até que sejam alcançados 60 votos para pôr fim ao impasse. Grassley representa o Estado de Iowa, o maior produtor americano de etanol, e é um árduo defensor do imposto cobrado sobre o biocombustível brasileiro. Nesta terça-feira, o senador de Iowa enviou uma carta à secretária de Estado, Hillary Clinton, e ao repersentante comercial dos Estados Unidos, Ron Kirk. No documento, Grassley afirmou que os comentários feitos por Shannon na audiência do dia 8 de julho ''colocam em dúvida a atual posição do presidente Obama a respeito da tarifa de etanol''. ''Por favor, levem em conta que eu espero uma resposta sobre esta carta antes que a confirmação do Sr. Shannon aconteça'', disse o senador.

 

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