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Como retaliar com lógica econômica

Retribuir na mesma moeda é uma opção tentadora, mas não a mais recomendada aos países afetados pelas tarifas impostas pelo governo Donald Trump ao aço e ao alumínio importados

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Por Redação
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Retribuir na mesma moeda é uma opção tentadora, mas não a mais recomendada aos países afetados pelas tarifas impostas pelo governo Donald Trump ao aço e ao alumínio importados. O desfecho é previsível. A União Europeia taxa produtos americanos como suco de laranja, bourbon, jeans ou motos Harley Davidson. Os Estados Unidos reagem e sobem as tarifas de importação de carros e máquinas. A China aproveita a brecha aberta por Trump e usa o conceito vago de “segurança nacional” para fechar suas portas. O fluxo de comércio global regride. O mundo entra em recessão.

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O presidente americano Donald Trump e o vice, Mike Pence, posam ao lado de motos Harley Davidson na Casa Branca Foto: REUTERS/Carlos Barria

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O economista australiano Warwick McKibbin tem uma ideia melhor. Em vez de retaliar comercialmente, os países que investem em papéis americanos (leia-se China) deveriam simplesmente tirar o dinheiro de lá. A revoada dos títulos do Tesouro derrubaria o dólar, incentivaria exportações e inibiria importações – como quer Trump. Em contrapartida, o governo teria de pagar mais caro para emprestar no mercado o dinheiro que financia sua esbórnia fiscal. Isso atrairia recursos internos para poupança, reduziria consumo e investimentos. A economia americana perderia produtividade, diminuiria o ritmo e sofreria um ajuste necessário. O restante do mundo passaria bem, obrigado.

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Os novos mercantilistas americanos que louvam Trump enxergariam então o óbvio: déficits comerciais não passam de uma estratégia confortável para manter o nível de consumo e atrair capital externo. “Os Estados Unidos descobririam rápido o erro fundamental na lógica econômica subjacente ao governo Trump”, diz McKibbin.

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O risco eleitoral das novas tarifas As tarifas de Trump são um agrado nos eleitores dos maiores Estados produtores de aço – Pensilvânia, Ohio, Indiana e Texas –, de olho nas eleições legislativas deste ano. Só que a retaliação contra as exportações americanas afetará regiões que também votaram em Trump. Das dez áreas urbanas que proporcionalmente mais exportam, Trump venceu em nove.

Kim gosta da bomba, mas não é suicida Kim Jong-un, diz a lenda, aprendeu a dirigir aos 7 anos num carro fabricado para ele, carrega uma pistola desde os 11 e foi escolhido para suceder ao pai ainda criança, em 1992. O programa nuclear é seu xodó desde a adolescência – ele promoveu quatro dos seis testes norte-coreanos. “Mas, apesar de bater a mão no peito e ter fama de mau, não busca confronto militar com os Estados Unidos”, já dizia a ex-analista da CIA Jung Pak, bem antes de ele convidar Trump a visitá-lo. “É racional, não suicida.”

Ele abraça, pega na mão e manda matar Kim ainda não se reuniu com nenhum chefe de Estado. Seus contatos mais significativos no exterior, diz Jung, são o chef Kenji Fujimoto e o ex-jogador de basquete Dennis Rodman. Com estações de esqui, parques aquáticos, restaurantes de luxo e aparições ao lado da bela mulher, Ri Sol-ju, quer valorizar o consumismo e dar um ar moderno à tirania. “Abraça, pega na mão, dá o braço a homens, mulheres e crianças, parece confortável com jovens e idosos”, diz Jung. Entre 2011 e 2016, ordenou ao menos 340 execuções, até por aplauso sem entusiasmo ou cochilo em reunião. Entre as vítimas, seu tio e seu meio-irmão.

‘Sopranos’ de volta sem Gandolfini Deu na Deadline: o produtor David Chase prepara, depois de 11 anos, um filme com os personagens da série Família Soprano. Sem James Gandolfini, que vivia o mafioso Tony Soprano e morreu em 2013. O filme, chamado The Many Saints of Newark (“Os vários santos de Newark”), contará como tudo começou, nos anos 60.

Livro ensina a largar o vício em celular Em How to Break with your Phone (“Como romper com seu celular”), a consultora Catherine Price ensina a largar o vício. Estabelece um plano de quatro semanas, começando com 24 horas de separação absoluta do aparelho. Cada um deve criar regras objetivas para usá-lo e, sobretudo, reconhecer as situações em que deve ser proibido (restaurantes, conversas, fila do banco, metrô, reuniões e etc). Depois, é só respeitá-las à risca.

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