
12 de setembro de 2011 | 11h52
TEERÃ - A televisão estatal iraniana afirmou nesta segunda-feira, 12, que o primeiro complexo nuclear do país começou a funcionar após anos de atraso.
Autoridades iranianas e russas participaram das celebrações do lançamento oficial do complexo de Bushehr no sul do Irã, com capacidade de mil megawatts.
A usina inicialmente está gerando de 350 a 400 megawatts de eletricidade, entre 35% e 40% da capacidade total do reator.
O complexo, construído em conjunto com a Rússia, foi ligado à rede nacional de energia para um teste no último dia 4, gerando megawatts.
AIEA "cada vez mais preocupada"
O diretor-geral da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), Yukiya Amano, reconheceu estar "cada vez mais preocupado" com as supostas atividades nucleares do Irã relacionadas ao setor militar e exigiu do país mais transparência e cooperação.
O responsável máximo da agência nuclear da ONU se referiu a possíveis "atividades não declaradas que incluam organizações militares" e mencionou explicitamente ações relacionadas ao desenvolvimento de uma carga nuclear para um míssil.
A AIEA continua recebendo informações sobre as supostas atividades nucleares, negadas pelo Irã.
"Espero explicar com mais detalhes, num futuro próximo, a base da preocupação da agência, para que todos os países-membros da AIEA sejam plenamente informados", concluiu Amano em discurso diante do conselho de governadores da instituição, que começou nesta segunda-feira em Viena.
Por outro lado, Amano reconheceu que o Irã melhorou sua cooperação em alguns aspectos. Segundo o diretor-geral da AIEA, o país permitiu nas últimas semanas inspeções em várias instalações atômicas vetadas até então.
No entanto, o país produz mais urânio enriquecido e aumenta suas usinas de enriquecimento, o que vai contra as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, que desde 2006 exige o fim dessas atividades como medidas de confiança.
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