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Republicanos devem dominar Câmara e democratas, o Senado

Eleição de hoje renova todos os deputados e 1/3 dos senadores; pesquisas apontam dificuldade para Obama, caso seja reeleito

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Por Fernanda Simas
Atualização:

Nas eleições americanas de hoje, toda a Câmara dos Deputados será renovada e cerca de 1/3 do Senado será modificado. O mandato dos deputados é de dois anos e o dos senadores de seis, mas a formação da Casa se dá de forma que 1/3 dela seja renovada a cada dois anos. Pesquisas do Real Clear Politics apontam a eleição de 49 senadores democratas e 44 republicanos e de 178 deputados democratas e 224 republicanos. Em busca da reeleição, o presidente Barack Obama tenta mostrar aos eleitores que só não cumpriu algumas das antigas promessas eleitorais - fato constantemente lembrado por seu opositor Mitt Romney - em razão dos embates que enfrentou no Congresso. O Senado é composto por 51 democratas e 47 republicanos (sendo que há dois independentes) e a Câmara dos Deputados, por 242 republicanos e 199 democratas. A Câmara tem 435 deputados, divididos proporcionalmente de acordo com a população de cada um dos 50 Estados representados. Além disso, existem seis representantes do Distrito de Columbia, de Porto Rico e de outros quatro territórios dos EUA. O presidente da Câmara é eleito pelos deputados e o terceiro a suceder o presidente. O Senado tem 100 representantes, dois para cada Estado, eleitos pelo voto popular. O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, é o presidente da Casa e o responsável pelo voto decisivo em caso de empate. Alegando que projetos não saíram do papel em razão da minoria democrata no Congresso, Obama, se reeleito, tende a enfrentar os mesmos obstáculos. Uma das promessas não cumpridas pelo atual presidente foi o fechamento da prisão de Guantánamo, localizada em uma base naval no território cubano. Em 2009, após assumir o poder, Obama afirmou que fecharia a prisão no prazo de um ano. Ao fechar Guantánamo, os suspeitos de terrorismo seriam transferidos e julgados em território americano. Em 2011, a proposta foi vetada pelo Congresso. Outra promessa que o próprio democrata já lamentou não ter conseguido cumprir foi a reforma migratória integral. A proposta é aumentar a proteção nas fronteiras e punir os empregadores que contratarem e explorarem imigrantes ilegais. A reforma prevê a não punição de jovens que foram levados ilegalmente ao país pelos pais, facilitando sua permanência nos EUA caso eles cumpram o serviço militar ou desejem prosseguir o ensino universitário. Para aqueles que vivem de forma ilegal, Obama propôs regularizar sua situação, incluindo aulas de inglês. Segundo o presidente, tal reforma foi barrada justamente pela maioria republicana dos congressistas. "Não esperava que republicanos que haviam apoiado a reforma migratória, de repente se distanciassem", explicou, durante um fórum hispânico na Flórida, em setembro. Obama também critica o fato de os membros da Câmara terem deixado suas funções no dia 21 de setembro, para se dedicarem a campanhas eleitorais, sem votarem projetos que, segundo ele, estimulariam o crescimento econômico e a criação de empregos.

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