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Comunidade internacional deve aceitar a coalizão, diz Abbas

EUA e Israel ameaçam boicotar governo único entre de Fatah e Hamas na Palestina

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Mahmoud Abbas apelou a Washington neste sábado para amenizar as objeções ao governo de unidade nacional da Palestina, com o Hamas, dizendo a um enviado especial que fez o melhor acordo que pôde, disseram assessores. A secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, chegará mais tarde neste sábado para tentar abrir espaços para um encontro tripartite na segunda-feira com Abbas e o premiê israelense, Ehud Olmert. Em encontros preparatórios em Ramallah, na Cisjordânia, Abbas disse ao enviado David Welch, secretário-assistente de Estado, para dar uma chance ao governo de unidade, de acordo com o porta-voz da Abbas, Nabil Abu Rdainah. "Nós dissemos a ele que esse acordo foi o melhor que pudemos conseguir. Não podemos mudá-lo. É pegar ou largar", disse outra autoridade palestina que participou dos encontros, pedindo anonimato. Os EUA e Israel ameaçam boicotar um governo de divisão de poder entre o Fatah e o Hamas na Palestina. O anúncio da coalizão palestina ocorreu dias antes da reunião entre os três países planejada para segunda-feira, para discutir a formação de um Estado palestino. Boicote Inicialmente considerada uma chance de discutir o estabelecimento de um Estado palestino, autoridades israelenses disseram que, em lugar disso, as negociações terão foco nas grandes divergências sobre o acordo de unidade. Rice chegará à Jerusalém no sábado depois de uma viagem surpresa ao Iraque e se encontrará com a ministra das Relações Exteriores israelense, Tzipi Livni. Ela terá conversas separadas com Abbas e Olmert no domingo. Rice disse que Washington iria esperar para ver como o governo de unidade se formaria antes de decidir qual será a política dos Estados Unidos. Porém, autoridades palestinas e diplomatas ocidentais disseram que membros de alto escalão do Departamento de Estado dos EUA disseram a Abbas que Washington rejeitaria o novo governo, incluindo os ministros que não fazem parte do Hamas, a menos que o novo governo reconheça Israel, renuncie à violência e aceite os acordos de paz provisórios firmados pelo chamado "Quarteto" de mediadores do Oriente Médio. "Pediremos ao governo dos EUA para que lide com o novo governo e pressione os israelenses a renovaram o processo de paz caso queiram o presidente Abbas no poder", disse uma autoridade palestina à Reuters. "O presidente Abbas afirmou a David Welch, subsecretário de Estado dos EUA para o Oriente Médio, que o acordo de Meca era o único acordo possível e o mundo tem de aceitar isso", disse Nabil Abu Rdeneh, auxiliar de Abbas. Welch afirmou que os EUA não farão qualquer tipo de julgamento antes que o novo governo de unidade nacional esteja completamente formado. O primeiro-ministro Ismail Haniyeh, do Hamas, tem apenas cinco semanas para formalizar a nova união. Estado Palestino O alto assessor do Abbas Saeb Erekat disse que o objetivo da reunião de cúpula será o de "lançar uma via tranqüila, como requisitada pelo presidente Abbas, para explorar formas de alcançar a meta de um Estado Palestino. Queremos definir o objetivo e definir a forma de alcançá-lo". O primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, do Hamas, disse na sexta-feira que espera formar o governo de unidade com a facção Fatah, de Abbas, dentro de três semanas, mas o futuro da empreitada parecia duvidoso por causa da oposição dos EUA e Israel. Rice reconheceu que as perspectives para a reunião de cúpula de segunda-feira ficavam "mais complicadas" devido à coalizão Hamas-Fatah. O acordo de unidade, assinado por Abbas depois de negociações com líderes do Hamas em Meca, não faz menção específica ao reconhecimento de Israel nem ao fim da violência. Os EUA estão se empenhando para manter um front unido com o Quarteto, que inclui a União Européia, Rússia e a Organização das Nações Unidas (ONU). Mesmo que alguns países árabes e europeus retomem a ajuda, diplomatas ocidentais disseram que o impacto será limitado. Sem o apoio dos EUA, bancos regionais e internacionais ficarão relutantes em transferir pagamentos ao governo palestino.

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