Comunistas filipinos culpam madeireiras e mineradoras por tragédia

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Por Agencia Estado
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O Partido Comunista das Filipinas (PCF) culpou nesta segunda-feira as companhias madeireiras e mineradoras que operam no país de provocar tragédias como a da aldeia de São Bernardo, ao destruir o meio ambiente. Na sexta-feira um desmoronamento sepultou a vila de Guinsaugon, em São Bernardo, de quase 2.000 habitantes. "A magnitude da tragédia de São Bernardo mostra a cruel destruição do meio ambiente causada pelas desenfreadas operações madeireiras e mineradoras dos capitalistas estrangeiros e seus sócios locais desde o período colonial dos EUA até o presente", diz um comunicado do PCF. O texto assinala também que a área ao sul da ilha de Leyte, sudeste do país, onde ocorreu o desmoronamento foi explorada "de forma selvagem" desde 1970, o que deixou a região exposta às inundações e desabamentos de terras. O partido lembrou que esses fatores já causaram o desastre de Ormoc, em 1991, quando fortes chuvas provocaram uma série de deslizamentos e inundações que fizeram mais de 5.000 mortos. Segundo o PCF, o atual governo da presidente Gloria Macapagal Arroyo também não prestou atenção na desgraça ocorrida há dois anos nas províncias de Quezón e Aurora, ao norte da ilha de Luzon, onde cerca de quinhentas pessoas morreram por causa das inundações e desabamentos de pedras e barro. "Desde 2004, o regime atua descaradamente como representante dos maiores saqueadores e destruidores dos recursos naturais do país", afirma a nota do PCF, o braço político da guerrilha do Novo Exército do Povo. O PCF informou ainda que suas unidades guerrilheiras no sul de Leyte ajudam nos trabalhos de resgate e apoio às vítimas do desmoronamento que arrasou a vila de Guinsaugon, em São Bernardo, 670 quilômetros ao sudeste de Manila. Há 928 desaparecidos Rosette Lerias, governadora da ilha filipina de Leyte, informou hoje que 68 cadáveres foram encontrados e resgatadas 57 pessoas, mas duas morreram em um hospital. Lerias acrescentou que 410 moradores de Guinsaugon, o local mais afetado, estão vivos mas outros 928 continuam desaparecidos.

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